terça-feira

recebo, mas não me nomeie sff

o santander não quer que o governo espanhol divulgue o nome dos bancos que recebem ajudas do estado para fazer face à falta de 'segurança' ante a crise financeira.
ignora-se o que pensam sobre isto os banqueiros portugueses.

ou seja, o estado pode divulgar a lista dos contribuintes faltosos, mas não deve fazer o mesmo com os bancos a quem 'põe a mão por baixo'. eu diria que é um 'tiro no pé' em termos de comunicação das instituições financeiras.

segunda-feira

felizes dos que têm certezas assim

srs. tão proeminentes no saber de cátedra e fraca memória de governo - eduardo catroga, luís campos e cunha, antónio borges, manuela ferreira leite - dizem que as grandes obras públicas previstas devem ser canceladas ou reduzidas, para não comprometer a competitividade, ou seja, para não fazer tremer a banca nacional...
o que interessa é estimlar o investimento, o consumo, o que for... privado - dizia ela (até hoje eu pensava que a construção de pontes, viadutos, linhas férreas, autoestradas eram um bom negócio para as empresas... privadas. parece que não. adiante.)
só uma dúvida: será que estas vozes também se opõem a que o demoníaco Estado socorra com os anunciados milhões - sacados ao erário público feito de cobrança de impostos - a mesma banca, fraquinha...?

como tantas outras coisas

is surfing the internet altering your brain?

via reuters, um artigo sobre uma proposta de investigação pertinente


[actividade cerebral ao ler e ao 'navegar']

quarta-feira

essa é que é essa

hoje tive uma brevíssima e importantíssima conversa com a m.
foi bom ela ter-me recordado algo que um dia lhe disse:
"basicamente, eles não querem saber!"

segunda-feira

man's search for meaning

às vezes acontece, felizmente, sabermos que não sabemos nada.
estava assim sobre viktor frankl: a definição da natureza humana - nem prazer (freud), nem poder (adler). "o homem pode suportar tudo, menos a falta de sentido"

domingo

tudo se parece

uma coisa em forma de assim

personagens de paris

'paris' de cédric klapish, talvez não seja um grande filme. mas tem paris e tem juliette binoche. há montes de ironia em alguns diálogos e há personagens tremendamente egoístas. é um filme com o mesmo cinismo que a vida.
binoche, agora com 44 anos, continua a ser a actriz que me fascinou em 'rendez-vous' e faz, nesta fita, uma personagem interessantíssima: assistente social. profissionalmente dedicada e humanamente altruista, a vida dela é toda virada do avesso para cuidar dos outros e nunca é bafejada pela sorte - apesar de ouvir galanteios. numa sequência da fita, o paradoxo: alguém a acusa de só se preocupar com ela própria. nem me lembro o que 'elise' responde. na realidade, ela só se consentirá a isso, por instantes, já no fim do filme. ele há ironias fantásticas...

sábado

algo realmente grave

Inquérito em 56 países revela que um quinto das pessoas não teve comida para alimentar-se todos os dias, no último ano:
El 15% de los británicos reconoció no haber comido todos los días, la cifra más alta de la Unión Europea. Tras él se sitúan Grecia (13%) y Portugal (10%).

De que serve produzirem-se alimentos para alimentar o dobro da população mundial, se boa parte dela continua a morrer à FOME?
E tanto se me dá que os índices de 'pobreza' nacional baixem ou a "competitividade" cresça.

ofício

houve um tempo em que o meu ofício era nobre, e os jovens escolhiam-no basicamente por dois motivos: acalentavam a ilusória ideia de viver da escrita ou ambicionavam a missão de contribuir para um mundo melhor, mais bem informado, mais solidário - uma espécie de sacerdócio. hoje, as motivações só podem ser outras - mas quais? - porque nenhuma das duas hipóteses tem fundamento

chefes

tenho uma ideia da quantidade de chefes que me superintendem, só me falta saber os dias em que uns mandam mais que outros. sobre o fundamento do mando, não restam dúvidas: nenhum deles percebe do meu ofício. mandam... porque sim.
e, como ateia, que deus lhes dê a sorte de uma maleita que os faça regressar ao mundo da gente comum.

sexta-feira

contador de histórias

(a propósito da declaração de encerramento de um blogue)
isto da blogosfera é justamente um espaço tão privado, mas tão privado..., que a gente escreve o que quer, quando quer, se quer, sobre gente ou ideias, realidade ou ficção, com boa gramática ou má, inventando palavras ou desconstruindo-as, assuntos sérios ou mundanos, polémicas, músicas, ideologias, filmes,... a vidinha
e ninguém tem nada a ver com isso!
escrever num blog é mesmo a coisa mais parecida com escrever para a gaveta, com olhos indiscretos a espreitar no escuro da dita...
ou escrever um diário - nunca o tive...-
e deve ser vagamente parecido com a confissão - nunca a fiz...
de qualquer forma, há dias em que nos zangamos com ele e outros em que nos zangamos connosco. e a vida continua...

hipótese

perder devagarinho o pensamento
esquecer o tempo que passou algures
camuflar a dor do ténue passamento
e, no fim, encarnar um bicho junto do dalai lama

sorte

sorte, dizia o outro, é quando "a oportunidade se junta com a preparação"
só que há gente que por muito que se prepare, nunca 'cheira' a oportunidade.
e há quem, com fartura de oportunidades, mande às malvas a 'preparação'.

quarta-feira

de n.y. para nós


Listen Darling...The World is Yours é o nome da exposição patente no centro de arte que o banqueiro joão rendeiro criou. do new museum de nova iorque, suponho que vale a pena visitar

quinta-feira

não valia mais continuarem mudos?

Grupo parlamentar do PS vai apresentar declaração de voto
a favor de casamento homossexual

09.10.2008 - 15h47 PÚBLICO
O grupo parlamentar do PS vai apresentar amanhã uma declaração de voto, após a votação dos projectos de lei do Bloco de Esquerda e de os Verdes sobre o casamento entre homossexuais. Apesar de votarem contra os diplomas, os deputados explicam que estão a favor da união entre pessoas do mesmo sexo.Segundo o documento, a que o PÚBLICO teve acesso, os deputados expõem, em três pontos que o grupo defende intransigentemente a igualdade dos direitos expressos na constituição e que não põe em causa o conteúdo programático dos diplomas que irão a votos amanhã, posicionando-se a favor do casamento entre pessoas do mesmo sexo.

Mas o grupo parlamentar socialista justifica o seu voto contra os dois projectos com o facto destes virem na altura errada (...)

terça-feira

da identidade de género

"el género es una proyección de la identidad. pero lo mismo sucede si eres madre, una mujer rica o una adicta. todos nos enfrentamos a las representaciones de otra gente y lidamos con el bagage que se nos arroja. me resulta muy interessante seguir indagando en los confines de la identidad a través del intercambio de géneros"
"no hay por qué elegir una sola identidad. puedo hacerlas coexistir de forma pacífica"


-tilda swinton, yodona, 4.X.2008

segunda-feira

mãe coragem

a mulher da minha vida tem a lágrima fácil e uma resistência superior às contrariedades da vida.
defende a cria sem fazer guerra, sofre em silêncio.
é um condensado de coragem e sobrevivência.
tem nos pequenos prazeres os maiores vícios, como se não almejasse nada. apenas um pouco de bem estar, o quanto baste de básico, umas flores, pequenos mimos.
tem também a melhor das regras de conduta: quem trata bem os seus, merece tudo.
se tenho dúvidas, ouve-me e não me julga. pergunta, quando muito, o que ganho com isso. outras vezes, limita-se a escutar...
e conta histórias saborosas de um tempo perdido algures, quando os homens usavam chapéus de aba e as meninas vestidos de chita, e não havia nada melhor que um piquenique junto à ribeira.
revolta-se de mansinho com aquela sina de dona-de-casa, noiva prendada - conversas interditas, livros proibidos, 'parece mal'.
tem as rugas da exclusão de gerações de mulheres, e não se conforma.
outras vezes dirige-se ao trivial: que o cabelo está bonito assim, que tens feito? vai sendo tempo de pores uns cremes...

inventa fartura e entende todos os chás e ervas boas para as curas.
é certo que não conserta almas mas, mesmo que não fossem verdes, os seus olhos seriam sempre o reduto de esperança do meu consolo.

sábado

e o estado aparece lá?

governo vai publicar lista de insolventes crónicos

e_u_a

será legítimo, numa economia livre regida pelo mercado, que o estado intervenha com injecções de capital para segurar o sector financeiro privado? o mesmo estado que não garante segurança social, nem o acesso universal à saúde e entende que a educação deve pagar-se pelos seus próprios meios?
então, o bom capitalismo não tem de fazer prova da sua capacidade de se autoregenerar num desaire?
afinal, protegem-se os aforradores honestos ou os sombrios accionistas da banca? porque é que um político que se porta mal deve esperar ser chutado para fora de campo e uma empresa financeira mal gerida é tratada com pinças?

sexta-feira

não temos nada

nem brio, nem vanguardismo, nem arrojo
nem organização, nem método, nem resultados,
nem planos, nem metas, nem causas
nem equilíbrio, nem justiça, nem fraternidade
nem consciência, nem solidariedade, nem abertura

não temos nada, porque o que temos não presta

quinta-feira

o que temos

o psd dá liberdade de voto aos seus deputados no debate (10 de outubro) sobre o casamento homossexual (projectos do be e dos verdes).
o ps exige aos seus disciplina de voto.

genial, mesmo

seria emigrar daqui