quinta-feira

elogio do metro

...esse meio de transporte insubstituível em tantas capitais.
(quase)não há nada tão democrático como o metropolitano! gente de todas as classes e condições, todas as etnias e todas as diferenças, viaja de metro - que é suposto ser rápido, seguro, eficaz.
o do Porto parece ser uma maravilha, também porque é novo, anda muito à superfície e chega a tantos sítios.
o de Lisboa fica a anos-luz do que deveria ser: à semana, pode estar-se numa estação central, 7 ou 10 minutos à espera do comboio; os placards informativos avisam-nos sobre o óbvio: estação Xis, y horas; se a circulação está interrompida, dizem isso mesmo - não quando será retomada, nem quais as alternativas; os ecrãs de televisão - perfeitamente dispensáveis - exibem telediscos à exaustão, notícias requentadas, publicidade da Mediacapital, inócuidades.
nos minutos que duram as viagens, dá para ler livros (muito se lê agora no metro), folhear os jornais, jogar conversa fora e olhar à volta. há alturas do dia em que sobressai o atulhamento de pessoas, o desconforto da viagem, o stress. ainda assim, há gente bonita no metro e cada olhar é um poço de curiosidade, um bálsamo para a vista, uma história por contar.
quando o metro de Lisboa chegar a todos os bairros que dele precisam, dispensar a enxurrada de publicidade que o polui e for célere como tem de ser, seremos todos, talvez, um pouco mais felizes.

Sem comentários: