segunda-feira

mulheres (II)



Ariel Levy, 30 anos, escreveu "Female Chauvinist Pigs". Polémico quanto baste porque, a partir da ideia de que "cultura do sexo e libertação sexual não são sinónimos" ela denuncia uma versão feminina do machismo pela qual jovens mulheres se encaram a si próprias como objectos sexuais.
Maureen Dowd, 53 anos, cronista do The New York Times, escreveu "Are men necessary?".
Não é pelo título sugestivo da obra, não... [ainda que justifique resposta pronta de muitas de nós] mas por excertos que o "Courrier Internacional" publica, pois também aqui se questiona a nova 'mulher-objecto'.
O realismo da análise - "o triunfo do feminismo durou um nano-segundo; a frustração, 40 anos" - e o desencanto lúcido do que escreve, valem bem a transcrição:
"Do que eu não gostava, no início do movimento feminista, era que as raparigas se vestissem todas de igual, se parecessem todas umas com as outras e pensassem todas da mesma forma. Esperava que fossem todas livres, mas viviam num conformismo axfixiante. Do que não gosto hoje é que as jovens que rejeitam o feminismo se vistam todas da mesma maneira, se pareçam todas umas com as outras e pensem todas da mesma maneira."

1 comentário:

Rita Maria disse...

O final é brilhante, mas não concordo com o artigo todo...com a libertação pornográfica veio uma série de outros pressupostos, muitos errados, mas não acontece sempre assim? Não passamos de ter de ser virgens para não poder sê-lo em menos de nada, não passamos de não poder trabalhar ao ter de trabalhar num par de décadas?

A afirmação das diferenças é uma luta eterna (o que não é desculpa para não travá-la, claro), mas parece-me que a sociedade avança por substituição de paradigmas...