(...)sei como isto se cura. porque para todas as maleitas há um remédio - a questão é acertar com ele; às vezes nem é dispendioso, nem está longe, nem é assim tão surpreendente. mas um remédio, quando se sofre, é o bálsamo que qualquer alma merece. pode cozinhar-se com pouca coisa: dias de solidão extrema, um silêncio sepulcral, uma névoa dos céus, o vazio no pensamento, parcas rações, menor disposição para o trabalho e vagas utopias. conquanto isso resolva o problema, de forma rápida e tão indolor quanto possível, ... até que há quem passe bem pior! alegremo-nos pois!, nem com programas de tevê, nem com romances dos que nos sequestram na leitura até ao fim, mas com o vazio absoluto, o não ter nada, não desejar nada, não pensar nada se possível.
é, todavia, difícil sobreviver assim porque nenhum capítulo desta bula nos diz como se doseiam as emoções, afinal o princípio e o fim de tudo.
no ar fica a sensação do início do caminho. fazes apelo ao positivismo, dizes que será algo melhor - até porque vivemos com pouco, desejamos pouco, consumimos pouco, mas temos muitos sonhos, e não trapaceamos nada...
[os que não acreditam que um ente superior determina a sua vida só podem crer em si, pelo que amanhã será o que começares hoje]
* in
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