quarta-feira

balanço

não voei
em compensação, nunca fiz tantos quilómetros

terça-feira

balancete de razão

este ano? não podia acabar melhor.
depois de "um salto mortal sem rede", a excitação da "missão impossível"

segunda-feira

será metáfora?

O ano de 2009 vai começar oficialmente um segundo mais tarde, depois de todos os relógios do mundo se ajustarem à rotação cada vez mais lenta do eixo da terra.

não oficialmente nunca sabemos qual o relógio acertado.
'do mal, o menos': há a certeza científica de que a pirueta terrestre está cada vez mais lenta.
quando cairá a terra para o lado?

as simple as that

há pessoas que têm chama
e pessoas que não têm

sábado

suprema liberdade

muito simples: não me apetece escrever aqui. nem preciso de escrever em nenhum lado. simples, não é? e haveria tanto para contar.


divertido, inteligente e estimulante. profissional. assertivo. incógnita.

o taxista que abandonou o emprego certinho para trabalhar por conta própria. não se queixa do preço do gasóleo, nem da falta de fregueses, nem da escassez de procura. e estabelece planos pessoais quinquenais de viagens. quer ir à nova zelândia. irá.

as raparigas que se juntam ao almoço para falarem do blog, do trabalho, das tricas. a propósito de ter filhos concluem que "somos mesmo discriminadas". surpresa?!

parece que o natal está aí e é suposto comprar-se muito e dar-se presentes. não há lista. descuro inexplicável, este.

segunda-feira

françaises folles

estão há anos na estrada mas não têm album publicado... procuram mesmo ajuda na escolha da capa do dito, no site. no myspace há uma série de músicas deste trio musical-estético-político algures, de um território rock/grunge/gótica/anarquista...
anatomie bousculaire

je ne connaissais pas, et vous?
et les
chimères [quimeras]?...também já acabaram.

quinta-feira

vagabond ways



[marianne faithfull]

terça-feira

jogo de cintura



barack obama, esperto, convidou-a para secretária de estado - o cargo mais mediático do governo dos e.u.a. - mas terá sido inteligente, da parte de hillary clinton, aceitar?

segunda-feira

começar de novo

uma semana para aterrar. recolher os trastes, fazer a limpeza, mudar outra página. uma semana para recuperar do desperdício de energia, do 'suganço' dos últimos tempos, anos. uma semana para a amizade, para a casa, para mim.

decisões que custam horrores


uma sentimentalóide como ela verte lágrimas sem dificuldade. nos momentos mais impróprios. como se uma represa de emoção se soltasse por gestos de sol inesperados. uma piegas é o que é. mesmo no fechar de portas, onde não volta, não há maneira de segurar a dor. fez 25 anos. e adeus.



a persistência juntou-se à inflexibilidade, e foi-lhe difícil sossegar as certezas. a mentira galopa, a presunção faz lei e a arrogância não tem freio: momentos de claustrofobia social tornam pessoas vulgares em desumanos seres. e há gente que guarda memórias na medida da sinceridade do que se faz e se diz. gente que nos dá alento e amor, de todas as formas. e vale a pena. porque quando se está perto do passamento, conta-se, só lamentamos o que não amamos e o que não arriscamos.

quinta-feira

uma história de livros

aquele dito da tsf, ...por uma boa história vamos ao fim da rua... , sempre me pareceu lindo, lírico e limpo. é muito semelhante à minha relação com certos livros, coisa quase irracional, intuitiva.
há uns anos que 'persigo' um livro - mais um! lembro-me que começou quando o vi nas mãos de maria de lurdes pintasilgo. o título seduziu-me - pecado meu, o fascínio por certos títulos - e tratei de saber do que falava. há anos que procuro esse livro até que, sendo impossível adquiri-lo de forma 'normal', procurei na net e fui ter ao brasil. o problema surgiu finalmente com o pagamento do livro. a coisa processou-se através de um portal, que publicita livros usados disponíveis. nada de cartão de crédito, nem transferência, nem depósito. esta semana recebi do outro lado do atlântico um email de um senhor a oferecer-me 'flores raras e banalissímas' na condição de, em troca, lhe arranjar um de dois títulos específicos editados cá. fácil, disse eu, e qual dos dois prefere? começou assim uma proposta de negócio, para mim, original: ele sugere que lhe envie os dois, e oferece-me três (o que procuro e dois títulos que deverá ter achado do meu agardo). que sim, fazemos negócio, disse-lhe (afinal o euro é muito mais forte que o real). agora, versão quase final, ele garante-me que dentro de dias recebo os três títulos e mais um, de bónus. os dele, seguem amanhã para são paulo.

terça-feira

totalmente a despropósito

... ocorreu-me que a (nossa) democracia ainda não saiu daqui:


segunda-feira

urbanismos

quando à exiguidade do tempo se junta a falta de dinheiro, com tempo desperdiçado à toa e não há maneira de o evitar, tem-se uma vida da treta.

domingo

algoritmo

amy mcdonald_ nx269_ uh huh her = 366 (-2 5ªs)

terça-feira

uma vida inventada

o último livro de maitê proença agarrou-me pelos colarinhos antes mesmo de lhe pôr a vista em cima. foi quando, na semana passada, li umas duas ou três entrevistas da autora sobre este romance (?), agora lançado em portugal. ontem, corri 'seca e meca' para encontrar uma vida inventada na livraria do costume, com o desconto a que tinha direito. tentativas goradas, deitei-lhe a mão num continente, por 13,5 euros.
poucas coisas me põem tão fora de mim como a perseguição inexplicável a que me impelem alguns livros. resultado: comecei a leitura de imediato, como uma criança que come chocolates às escondidadas. dum trago engoli um quarto, no quarto, escondendo o sono. não sei do que estou a gostar mais - se do despojamento da narrativa, da crueza da história, do terra-a-terra da autora, tudo preto no branco, uma ternura desmedida, uma desfaçatez face ao destino, a confissão sem fim. capa fracota, narrativa superior. uma vida inventada tem frases como esta: 'quando faço tudo certo, ainda assim faço errado'.
na literatura destas "memórias trocadas e outras histórias" cabe tudo.
a realidade ultrapassa sempre a ficção.

p.s. - com humor e ironia

segunda-feira

forever young

não sei qual foi a ordem dos factores. ele ofereceu-me 'porrada' em jeito de piada, para lembrar os velhos tempos. e disse que eu estava com ar anos 80, tipo dexy's...
ele já escreveu um livro, aliás, fez melhor: desenhou-o.
nos anos 80 eu acreditava que o mundo era um sítio interessante para explorar com curiosidade. e, ao mesmo tempo, era tranquilo.
era outro, o tempo.

terça-feira

entre_vírgulas

não sei quando começaram a festa . apeteceu-me simplesmente divulgar. acredito que algo se muda com pequenos passos (tenho até uma bela história à volta do que foi escrito sobre...)
a festa repetiu-se e tornou-se grande. com virtudes e falhas, como tudo. volta agora para uma grande despedida de um ano fraquinho. outra vez num dos mais belos pavilhões de lisboa.
so, keep making a difference

nada de profundo

este blog anda cheio de 'economês': tretas!
não me apetecem as eleições nos states,
nem a vidinha do trabalho,
nem pensar muito,
férias, pode ser?

domingo

do outro lado

há argumentos que são mesmo uma grande história. o deste filme, de fatih akin, é dessas.
"do outro lado" continua nos cinemas - imperdível, para quem gosta de histórias humanas. tem pais e filhos, o preço da liberdade, surpresas atrás de surpresas, o sentido da vida de cada um, alemanha e turquia, a impotência, o sentimento de culpa, a dor e o amor. intenso sem ser dramático. imponderáveis a rodos. banda sonora q.b.

pergunto-me

como é que um banco que está com problemas sérios há vários meses justifica que o governo reuna em conselho de ministros num domingo, para anunciar que tenciona tomar conta do dito banco? não podia faze-lo na segunda-feira?!

ps= está tudo doido?

terça-feira

recebo, mas não me nomeie sff

o santander não quer que o governo espanhol divulgue o nome dos bancos que recebem ajudas do estado para fazer face à falta de 'segurança' ante a crise financeira.
ignora-se o que pensam sobre isto os banqueiros portugueses.

ou seja, o estado pode divulgar a lista dos contribuintes faltosos, mas não deve fazer o mesmo com os bancos a quem 'põe a mão por baixo'. eu diria que é um 'tiro no pé' em termos de comunicação das instituições financeiras.

segunda-feira

felizes dos que têm certezas assim

srs. tão proeminentes no saber de cátedra e fraca memória de governo - eduardo catroga, luís campos e cunha, antónio borges, manuela ferreira leite - dizem que as grandes obras públicas previstas devem ser canceladas ou reduzidas, para não comprometer a competitividade, ou seja, para não fazer tremer a banca nacional...
o que interessa é estimlar o investimento, o consumo, o que for... privado - dizia ela (até hoje eu pensava que a construção de pontes, viadutos, linhas férreas, autoestradas eram um bom negócio para as empresas... privadas. parece que não. adiante.)
só uma dúvida: será que estas vozes também se opõem a que o demoníaco Estado socorra com os anunciados milhões - sacados ao erário público feito de cobrança de impostos - a mesma banca, fraquinha...?

como tantas outras coisas

is surfing the internet altering your brain?

via reuters, um artigo sobre uma proposta de investigação pertinente


[actividade cerebral ao ler e ao 'navegar']

quarta-feira

essa é que é essa

hoje tive uma brevíssima e importantíssima conversa com a m.
foi bom ela ter-me recordado algo que um dia lhe disse:
"basicamente, eles não querem saber!"

segunda-feira

man's search for meaning

às vezes acontece, felizmente, sabermos que não sabemos nada.
estava assim sobre viktor frankl: a definição da natureza humana - nem prazer (freud), nem poder (adler). "o homem pode suportar tudo, menos a falta de sentido"

domingo

tudo se parece

uma coisa em forma de assim

personagens de paris

'paris' de cédric klapish, talvez não seja um grande filme. mas tem paris e tem juliette binoche. há montes de ironia em alguns diálogos e há personagens tremendamente egoístas. é um filme com o mesmo cinismo que a vida.
binoche, agora com 44 anos, continua a ser a actriz que me fascinou em 'rendez-vous' e faz, nesta fita, uma personagem interessantíssima: assistente social. profissionalmente dedicada e humanamente altruista, a vida dela é toda virada do avesso para cuidar dos outros e nunca é bafejada pela sorte - apesar de ouvir galanteios. numa sequência da fita, o paradoxo: alguém a acusa de só se preocupar com ela própria. nem me lembro o que 'elise' responde. na realidade, ela só se consentirá a isso, por instantes, já no fim do filme. ele há ironias fantásticas...

sábado

algo realmente grave

Inquérito em 56 países revela que um quinto das pessoas não teve comida para alimentar-se todos os dias, no último ano:
El 15% de los británicos reconoció no haber comido todos los días, la cifra más alta de la Unión Europea. Tras él se sitúan Grecia (13%) y Portugal (10%).

De que serve produzirem-se alimentos para alimentar o dobro da população mundial, se boa parte dela continua a morrer à FOME?
E tanto se me dá que os índices de 'pobreza' nacional baixem ou a "competitividade" cresça.

ofício

houve um tempo em que o meu ofício era nobre, e os jovens escolhiam-no basicamente por dois motivos: acalentavam a ilusória ideia de viver da escrita ou ambicionavam a missão de contribuir para um mundo melhor, mais bem informado, mais solidário - uma espécie de sacerdócio. hoje, as motivações só podem ser outras - mas quais? - porque nenhuma das duas hipóteses tem fundamento

chefes

tenho uma ideia da quantidade de chefes que me superintendem, só me falta saber os dias em que uns mandam mais que outros. sobre o fundamento do mando, não restam dúvidas: nenhum deles percebe do meu ofício. mandam... porque sim.
e, como ateia, que deus lhes dê a sorte de uma maleita que os faça regressar ao mundo da gente comum.

sexta-feira

contador de histórias

(a propósito da declaração de encerramento de um blogue)
isto da blogosfera é justamente um espaço tão privado, mas tão privado..., que a gente escreve o que quer, quando quer, se quer, sobre gente ou ideias, realidade ou ficção, com boa gramática ou má, inventando palavras ou desconstruindo-as, assuntos sérios ou mundanos, polémicas, músicas, ideologias, filmes,... a vidinha
e ninguém tem nada a ver com isso!
escrever num blog é mesmo a coisa mais parecida com escrever para a gaveta, com olhos indiscretos a espreitar no escuro da dita...
ou escrever um diário - nunca o tive...-
e deve ser vagamente parecido com a confissão - nunca a fiz...
de qualquer forma, há dias em que nos zangamos com ele e outros em que nos zangamos connosco. e a vida continua...

hipótese

perder devagarinho o pensamento
esquecer o tempo que passou algures
camuflar a dor do ténue passamento
e, no fim, encarnar um bicho junto do dalai lama

sorte

sorte, dizia o outro, é quando "a oportunidade se junta com a preparação"
só que há gente que por muito que se prepare, nunca 'cheira' a oportunidade.
e há quem, com fartura de oportunidades, mande às malvas a 'preparação'.

quarta-feira

de n.y. para nós


Listen Darling...The World is Yours é o nome da exposição patente no centro de arte que o banqueiro joão rendeiro criou. do new museum de nova iorque, suponho que vale a pena visitar

quinta-feira

não valia mais continuarem mudos?

Grupo parlamentar do PS vai apresentar declaração de voto
a favor de casamento homossexual

09.10.2008 - 15h47 PÚBLICO
O grupo parlamentar do PS vai apresentar amanhã uma declaração de voto, após a votação dos projectos de lei do Bloco de Esquerda e de os Verdes sobre o casamento entre homossexuais. Apesar de votarem contra os diplomas, os deputados explicam que estão a favor da união entre pessoas do mesmo sexo.Segundo o documento, a que o PÚBLICO teve acesso, os deputados expõem, em três pontos que o grupo defende intransigentemente a igualdade dos direitos expressos na constituição e que não põe em causa o conteúdo programático dos diplomas que irão a votos amanhã, posicionando-se a favor do casamento entre pessoas do mesmo sexo.

Mas o grupo parlamentar socialista justifica o seu voto contra os dois projectos com o facto destes virem na altura errada (...)

terça-feira

da identidade de género

"el género es una proyección de la identidad. pero lo mismo sucede si eres madre, una mujer rica o una adicta. todos nos enfrentamos a las representaciones de otra gente y lidamos con el bagage que se nos arroja. me resulta muy interessante seguir indagando en los confines de la identidad a través del intercambio de géneros"
"no hay por qué elegir una sola identidad. puedo hacerlas coexistir de forma pacífica"


-tilda swinton, yodona, 4.X.2008

segunda-feira

mãe coragem

a mulher da minha vida tem a lágrima fácil e uma resistência superior às contrariedades da vida.
defende a cria sem fazer guerra, sofre em silêncio.
é um condensado de coragem e sobrevivência.
tem nos pequenos prazeres os maiores vícios, como se não almejasse nada. apenas um pouco de bem estar, o quanto baste de básico, umas flores, pequenos mimos.
tem também a melhor das regras de conduta: quem trata bem os seus, merece tudo.
se tenho dúvidas, ouve-me e não me julga. pergunta, quando muito, o que ganho com isso. outras vezes, limita-se a escutar...
e conta histórias saborosas de um tempo perdido algures, quando os homens usavam chapéus de aba e as meninas vestidos de chita, e não havia nada melhor que um piquenique junto à ribeira.
revolta-se de mansinho com aquela sina de dona-de-casa, noiva prendada - conversas interditas, livros proibidos, 'parece mal'.
tem as rugas da exclusão de gerações de mulheres, e não se conforma.
outras vezes dirige-se ao trivial: que o cabelo está bonito assim, que tens feito? vai sendo tempo de pores uns cremes...

inventa fartura e entende todos os chás e ervas boas para as curas.
é certo que não conserta almas mas, mesmo que não fossem verdes, os seus olhos seriam sempre o reduto de esperança do meu consolo.

sábado

e o estado aparece lá?

governo vai publicar lista de insolventes crónicos

e_u_a

será legítimo, numa economia livre regida pelo mercado, que o estado intervenha com injecções de capital para segurar o sector financeiro privado? o mesmo estado que não garante segurança social, nem o acesso universal à saúde e entende que a educação deve pagar-se pelos seus próprios meios?
então, o bom capitalismo não tem de fazer prova da sua capacidade de se autoregenerar num desaire?
afinal, protegem-se os aforradores honestos ou os sombrios accionistas da banca? porque é que um político que se porta mal deve esperar ser chutado para fora de campo e uma empresa financeira mal gerida é tratada com pinças?

sexta-feira

não temos nada

nem brio, nem vanguardismo, nem arrojo
nem organização, nem método, nem resultados,
nem planos, nem metas, nem causas
nem equilíbrio, nem justiça, nem fraternidade
nem consciência, nem solidariedade, nem abertura

não temos nada, porque o que temos não presta

quinta-feira

o que temos

o psd dá liberdade de voto aos seus deputados no debate (10 de outubro) sobre o casamento homossexual (projectos do be e dos verdes).
o ps exige aos seus disciplina de voto.

genial, mesmo

seria emigrar daqui

terça-feira

o mundo nunca mais será o mesmo?

numa economia liberal, o estado não intervém, e sobretudo não intervém no mundo financeiro, esse ex-libris do capitalismo, perdão, do liberalismo. o mercado deve funcionar por si (excepção consentida, mas nunca admitida, nas conveniências de contratos públicos). só que alguém fez mal os cálculos e o sistema bancário ameaça ruir...
a 'garrafa de oxigênio' da administração bush não foi liberada para o socorro aos falhados do sistema: congresso norte-americano chumba plano paulson
justifica-se
tanto pânico? talvez. o sistema bancário europeu está muito exposto - e as taxas de juro vão continuar a subir. todos pagaremos, mas para os que têm pouco ou nada, talvez não haja muito a perder. finalmente?


P.s. - o melhor blog para perceber tecnicamente o que se passa: http://vistodaeconomia.blogspot.com/

o mundo nunca mais será o mesmo

Cientistas definem número primo com 13 milhões de dígitos

sim, há notícias que não deixam 'pedra sobre pedra"

segunda-feira

catalão, 40 anos, guapo


"digo que escrevo, pinto, dirijo, faço fotos... o verbo ser utilizo-o para actor: sou actor"

um tipo que faz um filme chamado "no me importaría irme contigo" só pode ser um provocador . além disso, é artista!?

não o tenho na memória de fitas, mas a reportagem sobre ele, na Citizen K, lava as vistas: clooney bem pode acenar com um expresso, mas é com Jordi Mollà que 'non somos nadie'...

domingo

viva o luxo

custa um euro (!), tem 346 páginas e uma qualidade de imagem, texto e impressão absolutamente incríveis. apresenta toda a publicidade própria das revistas 'femininas', mais os anúncios que marcam, como o do novo perfume de jean paule gautier - maDame. o conteúdo é uma surpresa: artigos bem feitos, entrevistas reveladoras, temas vanguardistas, secções criativas.
em ícone, charlotte rampling entrevistada a propósito de seis novos filmes aos 62 anos:
"a distância que guardo com tudo e com todos é a minha maneira de sobreviver"
"a partir dos 40 anos tem-se o rosto e o corpo que se merece: ter complexos ou transformar o nosso físico são sempre esforços em vão"
em talento, adrian tomine, autor de culto e ilustrador de the new yorker ou the new york times magazine...
cada número de CITIZEN K vale para uma estação. este, outoño 2008, até tem uma capa fraquinha... mas o que me desgosta é saber que em portugal ninguém é capaz de fazer uma revista assim:
"CITIZEN K EST UNE INVITATION. Il propose un luxe assumé et ludique, loin de tout snobisme ou posture, grâce à un regard complice. Citizen K fait valoir que le luxe est un art de vivre aux multiples aspects, accessible à tous ceux qui éprouvent un intérêt pour le sujet, et pas seulement aux fashion victims."

terça-feira

economês, outra vez

há uns anos fiz esta pequena nota sobre um nicho de mercado que começava a ser explorado. cá, só livrarias abriram secções para estes públicos.

também já há agências de comunicação - que trabalham para empresas, marcas, instituições - mais atentas à blogosfera. este meio, reconheçámos, é um fantástico disseminador. os bons consultores de comunicação têm apurado sentido de negócio - o da influência. no entanto, nem sempre tentam ou conseguem convencer os seus clientes das potencialidade dos nichos de mercado. entre estes há os dink (double income, no kids): casais com grande poder de compra, e tão hedonistas como workaholics. muitos dink são gays, lésbicas, etc.. ignorar ou desprezar o potencial deste mercado não é muito inteligente.

agora, duas consultoras de uma imobiliária resolvem focar-se no público lgbt. não sei se é exercício de cidadania, se sentido de oportunidade, mas parece-me um achado.

segunda-feira

24h em economês

um centenário banco de investimento dos EUA, Lehman Brothers, entra em falência... e pode arrastar o mundo para uma crise como a de 1929
o Bank of América consolida a posição de maior banco de consumo e compra a Merrill Lynch, número um mundial de corretagem...
a maior companhia aérea da Europa, Lufthansa, continua às compras e adquire a Brussels Airlines...
o terceiro maior operador turistico britânico, XL Leisure Group, entra em falência e deixa em terra milhares de passageiros...
é o mercado, estúpido.

talvez a notícia de bob geldorf estar a apostar num peacechannel.tv - que incentiva ao jornalismo de cidadania - nos faça ter algum orgulho na 'espécie humana'. tipos genuínos como ele são uma benção, enquanto o sacrossanto capitalismo financeiro estrebucha.

ADENDA 16/09
e é só o começo: a falência do Lehman Brothers, quarto maior banco norte-americano, arrasta as bolsas e faz disparar a Euribor - as prestações de compra de casa vão subir; entretanto, a AIG, terceira maior seguradora mundial, também norte-americana, anda desesperadamente à procura de financiadores; e o colapso da AIG pode ser um problema ainda bem maior...

quinta-feira

dez do nove

a frase vem da infância, o sítio das coisas sensíveis: vivendo e aprendendo. e assim, ao fim de um dia extenuante, alucinado, dou comigo imensamente feliz. há coisas que não têm explicação.

domingo

o medo

volta ao sítio onde nunca estivera
pressiona o peito, muito, apertado
faz o pensamento vaguear,
lento, lento, rarefeito
aquece e arrefece o corpo, mole
mói, dói e desconstrói

sexta-feira

estranha tranquilidade

não há como a normalidade das aparências para pôr a nú a consciência de que algo, que desconhecemos, nos provoca medo

quinta-feira

s***



sensível à sedutora sensibilidade do... mupi

[intimissimi tivera já uma
campanha genial]

she's back

donna summer



antes que o verão se vá, eis que a senhora reaparece em crayons

quarta-feira

(des)concertos

aimée mann, nouvelle vague, cansei de ser sexy, omara portuondo, juliette greco... à vez, cada um destes, entre outros, está em concerto em lisboa, entre outubro e novembro. e há uma miúda muito interessante chamada nneka.

e até josé mário branco - há quanto tempo? - volta aos palcos para "mudar de vida" - é do que a gente anda a precisar, não é?

segunda-feira

amar não existe no infinito*

há muitos anos, um 'chato' chamado roland barthes escreveu uma catrefada de livros que tive de ler. a digestão dessa 'literatura', penosa para a maior parte dos meus colegas, foi uma animada descoberta pessoal: nunca lamentei a semiótica. pelo caminho, perdi o velho exemplar dos "fragmentos de um discurso amoroso" (*) que, como outros manuais, estava sublinhado a todas as cores e anotado em todas as margens.

agora tenho um exemplar novo, para voltar a sublinhar. penso que se barthes não tivesse morrido, há uns anos, de forma tão parva, podia reescrever os "fragmentos" à luz de tanta coisa que surgiu entretanto: a net, os sms, as comunidades virtuais. a essência seria a mesma.

[é preciso passar muito tempo sobre as coisas para as pormos em perspectiva. não que a perpectiva em que as pomos seja mais lúcida depois desse tempo. talvez só mais tranquila.]


sábado

viciante



"She was so down, look at her now

She's never been so high!

Everyone knows, give it some time

The clouds'll clear the sky!"

[Erin McKeown]

quarta-feira

pretérito quase perfeito

um dia, talvez não tão distante assim, olharemos para os jornais em papel (pagos) como olhamos para a ampulheta que mediu o tempo...

terça-feira

post_férias

enjoo. naúsea persistente. imprecisa nostalgia. falta de ar. falta. desejo valente de que o frio regresse, a humidade do inverno e o sol domado.

segunda-feira

sinas

a carrie encontrou no caminho um pássaro em não muito bom estado.
lembrei-me, a propósito, dos cachorros abandonados na serra. vi. correm desesperadamente para parte nenhuma, estrada fora, incompreensíveis do abandono votado pelos donos - esses grandes amigos de animais domésticos (!)

logo, logo chegará o inverno. não vão faltar homeless pelos recantos da grande cidade.

pro_cri_ação

"usar o sexo só para a reprodução é como só sair com o carro para levar na oficina"
- personagem do livro de crónicas "Orgias", de Luís Fernando Veríssimo

domingo

a_bando_nar

a pior palavra não é morte, nem infelicidade.
é abandonar - toda a conjugação do verbo.

segunda-feira

no meu refúgio do mundo


riparo/abrigo continua em exibição na zona de lisboa(*), é mesmo um filme a não perder e a ser visto no cinema.

belo, contemporâneo, dramático, nas personagens e questões que aborda, com excelente banda sonora.
a trama envolve imigração, relações de poder, amor lésbico. desta verdadeira obra aberta (à medida que avança perde-se o optimismo e a alegria e cresce o novelo sem desfecho) - falaram as meninas de outro blog.

sublinho a provocadora a intensidade da personagem mara - ou será da actriz Antonia Liskova?

(*) no c.c. allegro-alfragide, excepção nos meus "ódios de estimação" por centros comerciais: tem uma loja desigual e outros pecados...

telegrama



p.s. - common reaction / uhh a 19.o8.2008

domingo

com jeitinho, a gente escapa...não é?

"Portugal é terceiro país com o valor mais alto de economia informal, em termos de percentagem do PIB (22,3 por cento), em igual posição com Espanha, abaixo da Grécia (com 28,3 por cento) e da Itália (com 26,2 por cento).
A economia informal, ou seja, as fraudes fiscais e a não declaração de rendimentos empresariais tem sido apontada como sendo um dos grandes «entraves» à inovação empresarial, à concorrência e à competitividade das Pequenas e Médias (PME) empresas.O estudo, realizado pela Universidade Católica do Porto, com o apoio do IAPMEI (Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e ao Investimento) e da COTEC (Associação Empresarial para a Inovação), propõe algumas medidas que possam contribuir para o combate da economia informal no nosso país. "

punctum*


















*assim, sem mais nem menos, roland barthes

sexta-feira

cozinhar férias

primeiro, arruma-se a secretária de trabalho para que alguém possa abancar nela e vivenciar o ecossitema laboral daquele mesmo ângulo. depois, espreita-se o armário para que não restem perecíveis. então, desliga-se o pc e põem-se os neurónios em slow motion.
para férias levam-se livros, músicas, toalha de praia e uma conta bancária altamente deficitária, atrelada a um coração enorme...

espera-se desconfiadamente que os imprevistos previsíveis não aconteçam e dorme-se muito, mas só com autorização dos calores expectáveis. conduz-se moderadamente, bebe-se quanto apetecer e... espreguiça-se desmesuradamente.

diz ele e faz pensar

"a vocação de Portugal, como país, é ser um laboratório" - antónio câmara, ceo da ydreams

[por todas as razões, eu não podia estar mais de acordo. e com o resto também. mesmo porque ele é saudavelmente alucinante.]

quarta-feira

afinal não foi só ela*



the history women... apanhada no womenage a trois

*daniela mercury em "selinho" a alinne rosa, da banda cheiro de amor

terça-feira

e agora?!

e, prontoS, ela vem (en)cantar... no sudoeste, dia 9 - por sinal, o mais fraquinho de todos.
cartaz de boa onda musical - bjork, goldfrapp, franz ferdinand, rita redshoes, yael naim, fanfarlo, clã, arnaldo antunes, tindersticks... e, qual cereja no topo do bolo, a miúda de seattle: brandi carlile
adenda: a confirmação da vinda Portugal ainda não consta do site da cantora.

denúncia


"En Camerún las madres 'planchan' el pecho a sus hijas."

infelizmente não há link para a reportagem, "nem peito, nem paraiso", no yo dona [el mundo, 19.07.2008). chocante, perverso, costume atroz, o desse amor que leva as mães camaronesas a queimarem com pedras quentes o peito das filhas adolescentes, para que não sejam atração do desejo dos homens. um costume que se eterniza no segredo, marca e mutila milhões de mulheres, também nos países vizinhos...

segunda-feira

flashadas





muita kilometragem além do semanal exame de provação - designado i.s.a.m.i (incidentes sem a maior importância)

sábado

relativizar

o que os separa da morte não é uma linha ténue. é o ventilador.


[obrigada dra. por colocar as coisas na sua duvidosa perenidade]

segunda-feira

lula pena


tem uma voz ímpar - me encanta! - e não se percebe porque não é mais apreciada.
tem concerto marcado para o Museu do Oriente (em Alcântara, Lisboa) a 15 de Agosto (19h). bilhetes a 5€, actuação intimista, auditório excelente.
antes do show vale a pena visitar o museu que, às sextas ao final da tarde, é grátis.



[lula pena em pásion]

domingo

aquela música

tenho uma amiga que sabe exactamente qual é A sua música. "encomendou", àqueles que gostam dela e lhe sobrevierem que A ponham a tocar no funeral. é uma tipa desassombrada!
eu, que sou mais velha, ainda não sei qual é A minha música. vicio-me narcóticamente em albuns e ouço-os à exaustão. e cada um tem um tempo de vida diferente como o meu. depois, só raramente volto a eles e sei o exacto momentum em que me preencheram a cabeça. é uma coisa sem explicação, porque de música só sei identificar a clave de sol. o que é certo é que não posso morrer, para já. tenho os motivos dos outros e mais este, que é só meu: procuro desesperadamente A minha música. e não A encontro, apesar da busca.

(ar)rumar

get a life

uma pessoa segue o seu caminho aos ziguezagues, à espera de encontrar o seu acerto com o zen de bem-estar numa bifurcação qualquer. primeiro, tarda a chegar ao entrocamento das vias possíveis e depois vacila mais que a conta. de seguida, segue o que a emoção, o coração ou outra poção qualquer lhe dita e... adiante. pensa que, apesar de espinhosa e sombria, a escolha vale a pena. crê que pode ser feliz - proclama baixinho que sempre será menos uma alminha a pesar no défice mundial de infelicidade latente, o tal que nunca vem nas estatísticas mas está nos rostos.

e a pessoa pensa, e analisa, e faz silêncio, e percebe que espalha motivos para outros serem infelizes. sente-se desconfortável e perde-se: conta as infelicidades que semeou... uma grande, outra pequena, outra assim-assim,... e mais outra. e o farrapo de sentimentos em que se tornou sente-se mais responsável que um chefe de estado de uma grande potência. a pessoa, então, resolve deixar de matutar. é apenas uma pessoazinha, não vale nada. mas não consegue. a dor dos outros foi sempre o seu ponto fraco.

são terrivelmente irritantes estas pessoas. carregam o karma do mundo como se fosse esse o sentido da vida que têm: perfecionistas, preocupadas e provavelmente sem amor-próprio.



quinta-feira

plano a prazo imediato

comprar um colete à prova de gaffes
ou um airbag contra tiro-nos-pés

os oráculos

a entrevista de antónio barreto no diário económico - ou proença de carvalho no mesmo jornal - é sintomática do que há de mais triste (?) em portugal. no meio de algumas críticas justas, sobressai um chocante miserabilismo na leitura da realidade.
os oráculos da sociedade e da política alternam entre dois pontos de observação: "tudo é mau, mau, mau e exemplos não faltam"; ou o "não faltam exemplos de que tudo é mau, mau, mau".
os oráculos ganham grandes dinheiritos a comentar (não com entrevistas, é certo). as nossas cabecitas pequenas, pequeninitas, formatam-se com os pensamentos sábios deles - por isso são oráculos.
é confortável demitirmo-nos de pensar. e é tão bom termos de que nos queixar, não é?

quarta-feira

the story

no cinema, o spot enfeitiçou-me. comentei isso com a m.. os meandros do encantamento levam a brandi carlile - tem feito 1ª parte dos concertos das indigo girls [myspace]. o que interessa é que ela conta uma história como nós.



p.s. - álbum recomendável; balada a atirar para o rock; muitas das letras são dela.
"sometimes seeming happy can be self-destructive even when you're sane"

terça-feira

por estes dias


o chaveiro múltiplo e pesado
faz de mim uma carcereira... confiável

segunda-feira

no i-pod de madonna

toca katy perry







[desconfio que a música é outra]

domingo

uma questão de miolos

a t., que só tem 12 anos, diz que: "os rapazes não têm miolos". orientada para resultados, disse-me a m.m., faço meu o juízo da t. para nem sequer discutir ou linkar o chorrilho de disparates que mst soltou numa crónica, a propósito do congresso feminista - ele é só mais um, mau-grado o peso do mediatismo que tem para a opinião pública... de resto, é sabido, para essa gente as mulheres ou são "galinhas" ou "pensam de mais". não há razoabilidade que se nos reconheça.
a discussão, entretanto, alargou-se nos blogs,
aqui e ali e noutros, sobre a pertinência do feminismo, o uso do véu, a excisão, etc.
para mim, saltando os
porquês e indo directamente aos como, sempre foi no acto quotidiano mais simples e trivial (dar um beijo no espaço público porque apetece, fazer uma carícia e acreditar na fraternidade, não calar os meus pontos de vista, não ter medo, olhar com olhos de ver, parar no silêncio para pensar um pouquinho) que a gente faz um caminho diferente. ser feminista talvez queira dizer que se identifica uma realidade de desigualdades entre sexos, injustificadas à luz do que é ser humano
, e se batalha por muda-la.
posso ser feminista aqui ou na nigéria, com uns motivos aqui e os mesmos mais outros na nigéria. há aspectos em que a sociedade me admite paridade com os homens, do ponto de vista legal mas não informalmente. e vice-versa. e isso não tem nada a ver com o facto de sermos pessoas distintas fisionomicamente. porque não são as características "biológicas" que ditam a diferença de papéis, certo?
a religião e a cultura ancestral nunca foram boas conselheiras. nada, mas nada - voltando à questão do véu, da excisão ou do casamento para procriação - justifica que alguém nos imponha um devir no qual a minha/nossa vontade não conta. só isso.

sexta-feira

fade into you



mazzy star

campos magnéticos

pela primeira vez, acredita, a iminência de mais um aniversário perturba-a. há certamente anos de viragem e esse talvez seja o que pesa mais. não sabe porquê, nem quer saber. sente-se como que empurrada a poucos metros do precipício. segura-se ao chão com a força do corpo que, de resto, não lhe pesa. o mesmo não pode dizer dos dias. sem rumo, no sabor dos apelos e dos episódios mais ou menos caricatos. tem vontade de coisas duráveis. quer recuperar o espaço seu - calmo, provável, sem engulhos da sorte.

quarta-feira

resgatada

Ingrid Betancourt estava sequestrada desde fevereiro de 2002, na selva da Colômbia. (21h30)

a verdade ao contrário

num relacionamento, a gente gosta de gostar. gosta-se do outro todo. do mimo, da atenção, da surpresa. camuflam-se detalhes menos agradáveis, perdoam-se 'pecados e omissões', aligeira-se o drama. assim, verdadeiramente, talvez nunca se deixe de gostar. mas, na rua, no espaço público, a generalidade das pessoas está-se nas tintas para os outros. só por isso não gostamos de toda a gente.

galeria de heróis (VIII)

rita lee jones
artista, rockeira, pantomineira... adorável mulher de 60, mais jovem que nunca!
concerto (cheio) de vida e irreverência, no coliseu de lisboa-boa, onde esteve o pic nic tour - para lavar a mente e energizar o corpo.

"uma vida cheia de aventura e muito amor"


terça-feira

impressões do congresso feminista (IV)

apesar da boa-vontade da mesa, realmente não houve tempo suficiente para pôr a nú tudo o que pedia para ser despido de preconceitos no painel "feminsmo, lesbianismo e movimentos lgbt".
ninguém se encolheu no auditório. alguém comentou para o lado que "o movimento lgbt era e é sobretudo misógino".
houve na plateia quem sentisse necessidade de dar o seu testemunho pessoal, contra os estudos que os oradores apresentaram - se cada um dos presentes falasse da sua história, as actas do congresso viravam bestseller...
pertinente a dúvida espalhada: "se calhar, há mais depressa solidariedade das lésbicas em relação às hetero, do que o contrário"
e que responderiam as várias gerações de feministas à interjeição: "as questões lésbicas nunca foram prioritárias para a agenda feminista"?

[bi e trangéneros não marcaram agenda. como em tempos alguém disse - provavelmente quando mirava no espelho o seu subconsciente - o preconceito surge de onde menos se espera...]

lesviana

os habitantes de lesbos, na grécia, querem patentear a exclusividade da designação das suas autóctones...
em espanha, a red feminista ajuda a acabar com a polémica.
em nome da Visibilidade, por que não lesviana ?

impressões do congresso feminista (III)

acuse-se de tudo a organização menos que não foi abrangente.
marta rebelo, pois bem, também lá esteve. a comentar "feminismos e poder político". a jovem deputada é uma espécie de coqueluche da nova esquerda socialista, seja lá isso o que for. entrava ela na gulkbenkian e fez os executivos da casa torcerem o pescoço na miragem de barbie - não invento, vi.

o painel foi muito estimulante, com testemunhos e pontos de vista variados que até incluiam o vanguardismo do partido os verdes na guarda das crianças durante as reuniões políticas (?!)

agora a sério: apreciei particularmente paula teixeira da cruz - e não, não concordo com ela em tudo. retenho a ideia de que realmente educar de forma diferenciada filhos e filhas é perpectuar a situação das mulheres. foi isso que fez a desigualdade, é isso que a alimenta.

muito aplaudida, helena roseta falou da importância da gestão do tempo e disse que as mulheres no poder têm um relacionamento diferente com os cidadãos - mas não explicou como é que ela própia trata disso...

quem defende as quotas esgrimiu os seus argumentos, quem é contra também e não sei se tese de sónia fertuzinhos convence alguém: que se boicotem os partidos que não respeitarem a paridade nas eleições do próximo ano. conhecendo a nossa lei e os seus 33% (que nem sequer são impostos ao executivo, "lá é que doí", como disse alguém) não sei onde está a paridade. adiante...

será do julho?

os blondie saltaram da caixa de música
e agora só me apetecem estes, outra vez...


segunda-feira

impressões do congresso feminista (II)

estas senhoras sem mesa redonda foram, para mim, o último evento do congresso feminista... e a coisa bem que podia ter acabado melhor, embora não tenha ficado até ao fim por absoluta limitação de tempo meu.
depois do concerto que as precedeu - porquê?! se já havia atraso e a sala estava cheia à espera do debate "Os feminismos e os desafios para o nosso século"- dissertaram, cada uma no seu tom, sobre o mister. não cheguei a ouvir ana gomes e assim saí um bocado frustrada - que é coisa que uma gaja, por princípio, antes de ser já é.
a primeira oradora - regina tavares da silva - avançou uns dados importantes. gosto, confesso, das coisas 'terra-a-terra' . depois houve quem dissertasse de cátedra sobre "os feminismos" - eu sempre pensei que é só um, e pronto. mas dessas incursões metafísicas já falou, com acutilância, outro
blog .
foi mesmo estranho vermos tantas séniores e nenhumas 'aprendizes'. e entre aquelas nem uma das três marias...

impressões do congresso feminista (I)

posso garantir que

não, não queimámos soutiens
não, ninguém quis fuzilar os homens
não, não se ouviram gritos em coro
não, não havia gajas mal vestidas
mais tempo houvesse, mais debate haveria

sim, foi difícil às vezes calar as gajas - também estiveram tanto tempo caladas...- falaram de quase tudo (pouco ou nada de economia e de futebol, as coisas que dominam estes dias, não é?)
sim, havia-as de quase todas as cores políticas
sim, passaram por lá às centenas
todas francamente interessadas e... descomplexadas

(elogios à umar, pela iniciativa e pela mobilização)

apostar

nas muitas coisas que gostava de postar... - uma gaja é suposto ter a tal visão periférica, mas perdi o rasto à minha... - está o final da semana, o fim-de-semana e o início da semana. o segredo, velhinho, é dividir uma grande tarefa em pequenos bocados.

quarta-feira

calor de ananases

a asae responde pelo cumprimento de 700 diplomas legais; quem dera que o ar condicionado estivesse num deles. trabalhar sob 29 graus à sombra, em sala fechada, num edifíco gerido por uma incompetente multinacional, além de "cozer a cabeça" será que, pelo novo código laboral, configura "inadaptação da função de refrigeração do ar"?
se houvesse jornalismo, fazia-se uma reportagem. assim, quedemo-nos sonolentos.
...chamo a asae, a inspecção do trabalho ou ponho-me ao fresco?

segunda-feira

os exames lixam tudo

sou contra os exames. sempre fui. não me lembro de ter feito exames... ou melhor, fi-los, mas varri-os da memória. todos cheiram a bafio. tudo neles é salazarento. como se a escola fosse um permanente "zéro de conduite" ou um sermão de escolástica em abadia de monges...
não entendo aqueles senhores que, dizendo perceber muito de educação e das ciências da dita, propagam a ideia de que o exame "responsabiliza". o tanas! um exame fomenta o desleixo ao longo do ano, desmotiva o estudo continuado. o exame stressa: estudantes, pais, professores. de um exame não se espera nada de bom! é como um parto: espera-se que passe rápido...
por isso, menos percebo quem, percebendo de ensino, vem dizer que o exame de matemática do 9º ano "foi demasiado fácil".
recapitulo:

a ideia de um exame é atrasar o progresso dos estudos pelo diapasão menos racional e justo: a capacidade de resistência ao nervosismo inerente. não confirma o grau de conhecimentos adquiridos, não avalia o saber-saber, muito menos o saber-fazer! o exame é um filtro na água inquinada que é o nosso (método de) ensino: em vez de sublinhar o que se compreende, em vez de valorizar o que mais motiva a aprendizagem, o exame quer pesar a quantidade de ignorância dos alunos e medir o (muito) que ainda têm para aprender!
e tenho ideia de que isto é exactamente o inverso do que se passa naqueles países "de elevados níveis de educação", tão elogiados pelos nossos opinion makers.

domingo

yes, we can

não agora mas, quem sabe?!, no tempo das nossas filhas...

um dia conseguiremos que as mulheres não tenham vergonha de escolher uma mulher para a presidência do país mais influente do mundo

um dia olharemos para uma mulher como cidadã-política de mérito, e não como "uma gaja ambiciosa que faz carreira à custa do marido"

um dia perceberemos que uma mulher como ela, em presidente dos EUA, é um passo maior para a humanidade que qualquer outro

um dia, o reconhecimento desse valor não será visto como o ajustar de contas da parte mais fraca, mas como o reconhecimento de que o mundo merece melhor

um dia olharemos para trás e veremos que "os negros" sempre foram cidadãos de primeira antes das mulheres o serem - veja-se o direito ao voto - justamente por serem homens

um dia perceberemos que 17 meses de luta valeram mais pelo simbólico da persistência do que pelo marketing de uma mudança ilusória

um dia, demasiado distante, perceberemos que o maior obstáculo à emancipação feminina são os preconceitos que as próprias mulheres interiorizam e perpectuam

sábado

pink? fixe

pela lata se vê a "lata" que as marcas mostram ter nas coisas do marqueting. red bull sempre me pareceu estupidamente taurino... mas a verdade é que nunca me lembraria de dar um nome tão sugestivo a uma bebida energética congénere.
e se aquela "dá-te asas", esta dará o quê?

sexta-feira

a comoção não deixa

...queria escrever sobre ele, o ser mais que perfeito, o primeiro, o da experiência memorável, o que nada nem ninguém suplanta, porque não há outros olhos que o vejam assim.
nenhuma coisa muda essa essência.

quinta-feira

quarta-feira

velocifero


a banda ladytron intervala os concertos que está a dar pela américa antes de seguir para a oceania, faz escala na europa e - pasme-se! - toca no beat in festival, a 6 de setembro, no porto!!!

isto é que é uma notícia:)

terça-feira

post apre brecha

às tantas, a gente embirra com certas coisas e resolve pensar alto que, à falta de melhor, engendra-se um post silly season... eis sete pequenos ódios privados:

os pauzinhos de plástico: acompanham as chávenas de café servidas com pires e tudo, e depois lá vem o pauzinho de plástico transparente para mexer a bica...
não andávamos todos a tentar poluir menos e a evitar os plásticos?

reunite aguda, das tais que começam quando calha e nunca têm fim à vista, e ninguém se importa que não se cumpram as horas marcadas...

garrafinhas de plástico de 33 cl de água, quiça de 20 cl.!, servida aos srs. deputados nas mesas das comissões parlamentares. como são reuniões longas, dá para imaginar a quantidade de litros em fracções 33 cl que a nossa assembleia da república consome?
não descobriram as garrafas de 1,5 lt? os deputados não gostas de partilhar? será que desconhecem as garrafas de vidro?

blogues com fundo preto, à pala de que o preto consome menos energia, ou que assim a escrita tem mais profundidade...

cangalhice vendida com jornais: um serviço de mesa à peça, um faqueiro talher a talher, um saco de praia com griffe... e, já agora, leva um jornal por um euro e picos, e meia dúzia deles à borla

camionistas a controlar um país pobrezinho que entra em pânico com a falta de gasolina e nem por um instante pensa em andar a pé ou, sei lá, meter-se num autocarro, num comboio, num barco... ou num buraco, para esconder que afinal um popó faz muita falta à autonomia da malta

as businadelas eufóricas da futebolândia, quando a selecção vence um jogo de qualificação no europeu, sem que se escutem urros de vergonha quando logo a seguir perde sem explicação

segunda-feira

é do sto antónio ou da pride?


uma loja de bairro, do tal comércio tradicional, apresenta não só o enfeite para um bolo de casamento gay mas, meses depois, também o congénere de uma boda lésbica!
confesso que foi preciso apurar o olhar para o perceber, pois que até nisto, um casal de mulheres, vence o cliché dos papéis standard...
[o assunto costuma dar posts de grande nível entre as miúdas sembikini]

domingo

sul norte





globalização, pode ser



caixote abandonado na calçada de lisboa

sexta-feira

falling down

...dedicatória a alguém que faz hoje anos.



só mesmo por um motivo forte é que a menina scarlett johansson canta neste blog, que tem uma inexplicável embirração com ela...

quinta-feira

pousio

não escrevo porque nada tenho a dizer. e depois, indo lá atrás, já escrevi pequenas 'pérolas'. agora só diria do que me cansa - injustiças, presunções, dissabores. não interessam os porquês, só os como. estes dão pano para lençois de escrita. e quem não gosta de azedume, o melhor é não dizer nada. porque não há irritação, só tristeza. e um positivismo diletante, o meu. sempre a tentar alcançar o zen do sentir, o nada cheio de coisa nenhuma, o não me interessa, não quero saber...

escrevo porque é para isso que me pagam. mantenho o princípio de o fazer com gosto. o que chega para ter gosto nisso e fazer bem. não me serve de grande coisa. e continuo a gostar de embrulhar o que escrevo. depurar a escrita. deixá-la repousar. é um bom método, o melhor de todos, o único que gera desambiguação. repousar é como se deixássemos de tentar fazer prova do que quer que seja. no pousio das letras, há um repouso das ideias. como se o tempo desistisse de si mesmo. e tudo pousasse, ao de leve, no que está posto em repouso. e posto isto,...

quarta-feira