quinta-feira

aforismos noctívagos (2)

nem sempre é caso sério, quase sempre é caso simples,
às vezes não passa de um 'guisado de desilusão'.
convenhámos, ...um pouco indigesto em dias de verão.
mas nem isso deve pôr os neurónios em confusão,
até porque talvez nada dure para além da ilusão.
e cada franqueza que redunda em fraqueza, torna a vida ainda mais simples.

há quantos anos não ouvia isto?!


vaya con dios

whats'a woman...

quarta-feira

ei-la

estrella morente canta pela primeira vez em portugal.
canto da paixão, senhora de alma flamenca.
a voz de volver, de pedro almodovar, apresenta Mujeres.
daqui a um mês, no ccb, em lisboa!

...uma noite memorável, para rasgar o coração e colar todos os pedacinhos.


[finalmente, o encontro com a minha descoberta do verão passado]

terça-feira

manual de instruções (IV)

não há como o trabalho 'forçado' para nos alienar de fantasias e efabulações

domingo

...san(t)o domingo


não é de mais agradecer o sono reparador e, sobretudo, o olhar lúcido para identificar um lead que não reconheci(!?).
é verdade que o bairro tem noites cheias de putos, cervejas e copos de plástico. mas também espaços diurnos de delongas fruições.há tempo 'deitado fora' que se transforma na melhor terapêutica: comida, conversa e risos soltos.
obrigada, ana m.

sábado

tempos

há um relógio biológico que diz
...a vida foge
...é tempo de ter crias
...mudar de vida
...trocar de casa
...o corpo pede descanso
...precisas amar
...é urgente encontrar uma saída
que, de sorte, pode até ser a morte!

nenhum artífice suiço conhece os mecanismos desse relógio.
preferia clépsidras*
previsíveis
constantes
quebráveis
silenciosas
absolutamente irrepreensíveis! *relógios de água

sexta-feira

cry baby*

sexta-feira e chove em maio
tristeza instalada
primeiro como um murro no estômago
um dolente olhar vago
pensamentos distantes
sono vazio in_conformado
e
finalmente,
aquela dor no peito
esquerda, direita
tristeza pregada lá nos lados do coração
infiltrada como a morrinha
uma tristeza miudinha



*janis joplin

quinta-feira

causas (IX)

fel&cidade
a gente anda por aí, na vida de todos os dias, e nem dá muito para pensar nessa coisa que agora enche prateleiras de livrarias, manchetes das revistas e até, imagine-se!, colóquios - e logo em três dias, com os maiores peritos na matéria(?!) para a mirar de todos os ângulos.
não sei como foi possível inventarem o prozac, esse milagre da condição humana, antes mesmo que nos questionássemos massivamente sobre os contornos da
felicidade! não há outro tema mais na berra que esse. mas... não há que buscar..., digo eu. às vezes tem-se, outras vezes nem tanto. e é tudo: o instante, o momento, o fortuito. não há planos, nem objectivos, nem metas de... felicidade. há só o esforço para não nos deixarmos abater pelos sentimentos negativos e 'trabalhar' para usufruir dos outros. até porque, "há pessoas que têm um talento especial para criar o seu próprio inferno"(*)... e não são nada boa companhia. depois, vale a pena atentar naquela noção do 'círculo de influência' e do 'círculo de preocupação': alguns preocupam-se com muitas coisas, mas só podem influenciar umas poucas... proponha-se "ser pro-activo; comece com o objectivo em mente; primeiro o mais importante; pense em ganha-ganha; procure primeiro compreender e depois ser compreendido; crie sinergias;e renove a sua natureza física, espiritual, mental e social/emocional. (**)

ainda assim, quem é que nunca se sentiu profundamente incomodad@ com uma dor de estômago, daquelas que nos dizem silenciosa e persistentemente: porque te ralas tanto?!


*in O carro de Jagrená (crónicas)- Mário Ceitil - edições Sílabo
** in os sete hábitos das pessoas altamente eficazes - stephen covey

causas (VIII)

"... na minha cama, não!
- é o meu território emocional e sentimental"


quem disse?

1. homem homo
2. mulher homo
3. homem hetero
4. mulher hetero

[desabafo em desatino à mesa do café]

quarta-feira

daqui


no verão, há olhos que se pousam no colo elevando-se até encontrarem outros que se esquivam.
no verão, o calor dilata os corpos e as dúvidas encolhem.
no verão, suspende-se o movimento dos desejos de ano novo, há um efeito de estio que abafa a liquidez dos sonhos, e uma dolência exausta no encolher de ombros.

terça-feira

causas (VII)

Mundo perde 3 espécies por hora, diz ONU no Dia da Diversidade
Por Alister Doyle OSLO (Reuters) - As atividades humanas estão varrendo do planeta três espécies animais ou vegetais por hora, e o mundo precisa tomar providências para atenuar até 2010 a pior onda de extinções desde a dos dinossauros, disse a Organização das Nações Unidas (ONU) na terça-feira.
Cientistas e ambientalistas divulgaram levantamentos sobre ameaças a animais e plantas, como a baleia franca, o lince-ibérico, batatas e amendoins selvagens, no Dia Internacional da Diversidade Biológica, 22 de maio.
"A biodiversidade está se perdendo num ritmo inédito", disse o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, numa nota oficial. O aquecimento global está agravando as ameaças já existentes, como o desmatamento, a poluição e o aumento populacional humano.



dia internacional da biodiversidade (palavra linda...)
alguém se lembrou disso?

segunda-feira

manual de instruções (III)

primeiro, agora...

depois, que eu tenha
serenidade para aceitar o que não posso mudar,
força para mudar o que posso e
discernimento para distinguir entre o que posso e não posso mudar.


[recebido com afecto, da m.m.. obrigada!]

a garota suíngue

ela vem cá d(anç)ar concertos em lisboa (7 de junho) e no porto (9 de junho)

fernanda abreu, garota "suíngue sangue" - um caso àparte da música brasileira, talvez vagamente 'louca' como rita lee... vão ser noites 'da paz'

Eu vou torcer

domingo

causas (VI)

A vida não pode ser senão vagarosa e doce, porque “onde há beleza há prazer, e para o prazer é preciso tempo”, dizem em Positano




Positano fica em Itália. É uma das urbes do ‘manifesto caracol’, um movimento pró-cidades lentas, que advoga uma estética do prazer e da harmonia.
Yo donna, a revista de sábado de El Mundo, traz uma reportagem (não está on line) sobre “a arte da lentidão” que explica que, como “vivemos numa sociedade acelerada, os passeantes foram substituidos nas nossas ruas pelos enlouquecidos transeuntes. Singapura, Copenhaga e Madrid encabeçam a lista do stresse de rua, segundo um estudo que mediu a velocidade dos nossos passos. Mas, outro mundo é possível. Várias cidades rebelaram-se contra esse insano hábito, num movimento que se expande desde Itália”.

Positano?... Também quero, em Lisboa, se faz favor.


[pesquisar sobre o movimento aqui ou ali]

segunda-feira

causas (V)

da amizade *

... ir-te buscar ao IPO na manhã que concentrou todo o medo dos teus dias
... dizeres-me "tu és forte, nós somos fortes e temos de nos apoiar"
... mandares o sms que dizia "admiro a tua coragem"
... arrancar-te de casa quando a solidão te faz morrer por dentro
... avisares da decisão que não partilho e mesmo assim apoiar-te a escolha
... receber o teu e-mail que diz "gosto genuinamente, do fundo do coração, de ti"
... desafiar-te para um jantar que cozinho e perdermos a noção das horas
... avisares-me de mansinho "estás a precisar de te apaixonar"
... lembrar-me de ti no teu aniversário mesmo se não conseguimos falar
... pensar quanto gostaria de te ter comigo naquela viagem
... resgatar-te da depressão quando só há nuvens sem esperança
... despir o meu casaco para que te protejas do frio
... ficar quase nua ao teu lado sem pudor nem tentação, e continuar a rir
... abraçarmo-nos com força, suster a respiração, e dizermos "como te adoro"
... escutares desabafos que a emoção atropela para lá do inteligível
... acariciar-te quando soluças, secar-te o rosto delicadamente, segurar-te o braço com intenção
... saber que escutas o meu choro e a minha raiva, e me consolas mais do que mereço
... mudar toda a minha agenda para te dar o tempo de que precisas
... poupar-te à dor que vivo, até descobrires quanto pesa o sofrimento
... segurar o teu segredo e guarda-lo no cofre-forte da alma
... fazeres-me a surpresa boa que não supunha possível
... admirar-te de mais!

*homenagem às minhas amigas e ao meu maior e grande amigo.

amor e sexo (VII)

o amor cultiva-se no tempo
o sexo acende o instante
a amizade perdura pelos gestos da vida

domingo

todos procuram a sua fada

"uma coisa é ser mortal, outra é não querer viver"
- in "A educação das fadas", de josé luis cuerda

um filme europeu/catalão, de grande sensibilidade, completamente naif... faz lembrar 'a minha vida sem mim'.
uma história descompassada sobre mistérios e amor.
porque as fadas educam-se... elas andam aí, têm uma cicatriz e concretizam-nos três desejos. chamamos por elas com um abraço a uma árvore e reconhecemo-las pela amnésia.
um filme com bebe, a cantora, que se desnuda amiúde no enredo. bela música final.

sábado

causas (IV)

[a utilidade dos blogs]

dizer o que pensamos do mundo, da nossa cidade.
lisboa, que eu amo, vai ter eleições intercalares para a câmara.
há muitos anos que lisboa perde tempo. envelhece. morre devagar.
e podia ser uma cidade tão boa!

lisboa precisa de liderança, sentido prático, saber-fazer, sensibilidade humana.
precisa de gente e de espaços lúdicos, não precisa de mais carros nem de mega-obras.
precisa de ser uma 'utopia', uma visão cosmopolita, uma harmonia na diversidade.

lisboa tem urgência em ser tomada pelos lisboetas.
há alguém que se dispõe a essa caminhada: helena roseta.
estou com ela - embora nunca se recomendem cheques em branco.

lisboa tem de deixar de ser 'menina e moça' para ser mulher.

alexitímico/as: será melhor ignorar?

não percebo nada do assunto, mas quando ouvi falar, interessei-me...
a alexitimia, uma das 'patologias' que entretêm psicólogos e psiquiatras.
a característica de alguns seres humanos, simplificando, não terem emoções... não as percebem, não sabem falar sobre, não compreendem. refugiam-se no estritamente 'concreto'. deve ser horrível (sobre)viver assim, digo eu.

[há alguma coisa em português, na net. por exemplo:

"O termo alexitímico foi sugerido por Sifneos (1972/1977) ao se referir a certo tipo de paciente contra-indicado especificamente para “Psicoterapias Breves Provocadoras de Ansiedade” e para psicoterapias de uma maneira geral. Sifneos esclarece o sentido do termo recorrendo à sua etiologia em que o prefixo grego “a” corresponde a privativo; “lexis” a palavra e “thymos” a humor (Sifneos, 1972/1977 : 112).
Ainda segundo Sifneos, incluir-se-iam nesta categoria alguns pacientes psicossomáticos, que definem as emoções em termos de sensações somáticas ou de reações comportamentais em vez de relacioná-las a pensamentos. Segundo a definição fornecida por Campbell (1996 : 30), “a alexitimia seria primariamente descrita como um traço de personalidade, caracterizado pela dificuldade em identificar o próprio estado emocional, com uma vida de fantasia mínima e inabilidade para fantasiar produtivamente e um foco em interesses externos e somáticos. Secundariamente, alexitimia é uma reação “estado” para os efeitos de
doenças físicas sérias, talvez uma defesa contra depressão ou dor, ou ambas.” Campbell refere-se ainda, a autores que atribuem a alexitimia à ação de mecanismos de defesa primitivos que ocultam e distorcem as experiências do afeto e da fantasia." ]

uma boa ideia















Christy Turlington

sexta-feira

manual de instruções (II)

hoje fui literalmente esfolada viva!

tenho o fim-de-semana para recuperar...

amor e sexo (VI)

oração dos entes que se querem bem

Não matarás o fogo que se acender entre nós
Não cobiçarás o passado, nem almejarás futuro
Não venderás a alma, nem o corpo, mas o teu pensamento permanecerá livre
Não roubarás ao outro/a toda a hipótese de orgasmo
Não humilharás: molhar-me-ás na proporção do prazer mútuo
Não sonegarás o gozo máximo, nem os cenários improváveis
Não mentirás sobre o desejo

pecado, casamento e adultério são banidos do teu léxico
nenhuma avé-maria ou pai-nosso substitui a prece dos amantes

amor e sexo (V)

Todas as histórias de amor têm um final... abrupto ou agonizante.
Há quem diga que têm um final feliz.
Por aí, já se vê a ideia que as pessoas têm de felicidade.

[a série continua,... porque sim: a g., que me conhece há muitos anos, do trabalho, costuma dizer que ‘este blog é a tua cara’. ultimamente tem-me dito que gosta mais desta l. . eu também.]

quinta-feira

causas (III)

a liberdade aliada ao respeito pelo outro.
o direito de não interferir na vida e nas escolhas do outro - familiar, amigo, vizinho, concidadão.
o dever de cuidar do nosso próprio espaço. o dever de não julgar, ajuizar, condenar.

vem isto a propósito de uma pequena altercação a que assisti na via pública. uma miúda acendeu um cigarro quando estava na fila do autocarro. antes disso, um velhote pigarreou, mal lhe adivinhou o gesto. ela até se deslocara para longe, de forma a não incomodar ninguém. ele atirou-lhe umas bocas, das quais a mais brilhante e conclusiva foi do género: vocês não deviam ter homem que as quisesse assim,... se mulher minha fumasse havia de ser como se estivesse com outro.(?!?)
não dá para acreditar!

[não entendo a proporção do 'debate' público e mediático que há por aí a propósito dos fumadores. e que já mete ao barulho a poluição sonora e cinética das criancinhas que os pais levam ao restaurante. não é tudo apenas uma questão de respeito pelo espaço comum?]

causas (II)

em lisboa, há coisas boas. esta revistinha digital costuma dar conta delas, para os tempos de lazer. assinar é de borla.

causas (I)

já no próximo domingo, em várias cidades do mundo - o mundo é pequeno, lembram-se? - uma caminhada vale a pena.
... completamente utópica, mas antes sonhar que ignorar - parece-me.
esta sim (site da organização) é uma maneira de as empresas, essas grandes 'filantropas'!, darem um pequenino contributo...

quarta-feira

amor e sexo (IV)

sexo - verbal ( não confundir com oral) - é o que não falta na net.
os blogs, então, são grandes hospedeiros de filosofias, fantasias e acrobacias. ora são as alusões às starlets, ora os relatos de façanhas – inventadas ou não.
pelo meio de tudo isso há uma torrente de moralismo mascarado. e não há nada pior que os profetas da verdade. porque... não há verdade, só pontos de vista: lugares de onde olhamos, pensamos e sentimos.


não deixo de me surprender com as vezes em que ‘não bate a bota com a perdigota’. mais interessante e, para mim, inexplicável, é falta de distanciamento crítico - ou hipercrítico, o que dá no mesmo - que seres adoráveis têm em relação a si próprios e em relação aos comportamentos dos outros.

às vezes, basta darmos um passo atrás para vermos o caminho de outro modo, menos elíptico e mais holístico.
lembro, a propósito, a história da
viúva-negra: uma aranha que após a relação sexual necessita de alimento. e que faz ela? mata o macho para se alimentar... curiosamente, a natureza fez com que alguns machos levem consigo um pequeno “presente” para a fêmea, geralmente um insecto que lhe oferecem logo após o relacionamento. e, com isso, a fêmea poupa-lhes a vida.
esperteza de macho ou estratégia de sobrevivência?

ps - não adianta termos uma bitola de ética para nós e outra diferente para os outros; nem sermos mais severos connosco do que com os demais, quando os pressupostos [amor e sexo] são os mesmos. e vice-versa .

exercício do contraditório


eu gosto mesmo é da Milla


gostos nem se discutem, né?

às vezes, encontram-se...

amor e sexo (III)

três na real, três em rede. há sempre alguém que sobra.
três é uma multidão. tenho pavor do que as multidões são capazes. evito as tríades com a fobia de não conseguir suster a lava.
às vezes, é o abismo que se chega até nós. não há refúgio possível quando alguém se entala numa trindade. recomenda-se instintivamente maquinar a saída. outras vezes, dá-se a escolher. quase sempre, há um que perde.

uma coisa é certa: três é o risco de fazer pender a alma para o esgoto e a genitália para o consultório médico. e o coração, esse, já terá tido melhores dias.
mesmo ao vértice do triângulo, não adianta embandeirar em arco. tem o papel do falso monarca, e condenação a prazo pela mais sincera das traições.

tríades, triângulos, trindades - um pau de três bicos!
vejam-se os sinais de trânsito: os triângulos sinalizam os acidentes e sublinham as prioridades. será por acaso?
ok! ninguém está livre de triangular. haverá alguém a quem isso não aconteceu, mesmo que involuntariamente ou no reino da fantasia?!
... nã!

terça-feira

amor e sexo (II)

Nenhum amor platónico chega à qualidade de uma rapidinha bem executada. Essa é que é essa!
O amor, coisa vaga e indefinível, faz-nos desejar o retorno a uma memória que temos como prazeirosa. Às vezes, não passa de uma infecção da imaginação.
Já o sexo é, puro e franco, feito de tesão, fome e acção.

Não há pontos nevrálgicos no amor; mas tudo é reciclável no sexo. Começa quando menos se espera e termina quando se quer.
Come-se com o olhar e fode-se avançando pelo menos óbvio. O sexo satisfaz-se no momento, ou não. Já o amor, aguarda a eternidade. Que, como se sabe, só está reservada aos santos... e agora até o Vaticano determinou o fim do limbo!? Nem quero saber o que descobriram na santa sé...

A única coisa em que Rita Lee erra é quando diz que sexo é carnaval. Eu nunca gostei do carnaval. Mas adoro a loucura de Rita Lee.

amor e sexo (I)

Amor é um livro - Sexo é esporte
Sexo é
escolha
- Amor é sorte
Amor é pensamento, teorema
Amor é novela - Sexo é
cinema

Sexo é
imaginação, fantasia
Amor é prosa - Sexo é poesia

O amor nos torna patéticos
Sexo é uma selva de epiléticos

Amor é cristão - Sexo é
pagão

Amor é latifúndio - Sexo é
invasão
Amor é divino - Sexo é animal
Amor é bossa nova - Sexo é carnaval

Amor é para sempre - Sexo também
Sexo é do bom - Amor é do bem
Amor sem sexo é amizade
Sexo sem amor é
vontade
Amor é um - Sexo é dois
Sexo antes - Amor depois
Sexo vem dos outros e vai embora
Amor vem de nós e demora


(Rita Lee / Roberto de Carvalho / Arnaldo Jabor)

segunda-feira

à beira do precipício

há pessoas que, mal damos por elas... e, têm uma capacidade invulgar de nos fazer ver o que é impossível ignorar. por exemplo, aqui, as eleições na Madeira reportadas com independência.



e há pessoas que, por muita adversidade que haja na envolvente, podem até não rejubilar de ânimo, mas teimam em acreditar que melhores dias virão, assim saibam tomar conta de si.
outras, simplesmente, desacreditam-se a cada pôr-do-sol.

domingo

inconfidências

Meu riso é tão feliz contigo

O meu melhor amigo é o meu amor


Velha Infância (Tribalistas)

pouco importa o nome das coisas inomináveis

... apuro os sentidos.

manual de instruções (I)

"os tolos estão sempre fazendo movimentos impulsivos, mas os sábios sabem que a vitória e a derrota são decididas por algo mais subtil"
"esta é a profunda, simples verdade: você é o mestre de sua vida e morte. você é aquilo que você faz (...) para eliminar as influências negativas, simplesmente ignore-as"


[os ensinamentos desconhecidos de lao tsé ]

sábado

a magnolia night


aimee mann a 25 de julho 2007 no coliseu de lisboa




uma loira que gosto muito... de ouvir

(re)impressões (9)



Lisboa, 07:45 a.m.

(re)impressões (8)



NY,08:45p.m.

(re)impressões (7)


here, there and everywhere... "walk in the walk"

quarta-feira

auto-sugestao quase em autogestao

sol,'agua e mais 'agua, discursos, livros e procura de 'pechinchas'(!?):a ordem e' aleatoria.
segui o conselho do c. e o cc ja' teve melhores dias!
nada que nao se resolva com disciplina orcamental.
aprende-se muito sobre nos mesm@s quando temos de exercitar o autocontrolo. ou fazer autocritica para mudar o que (nos) faz mal.

terça-feira

impressões (6)

O que faço eu, aqui? descodifico.

...e penso: os do costume, pagam mal, tratam-me pior, consideram-me muito...
lá dizia alguém: se te dão limões, faz limonada. cabe-me dosear a acidez.

impressoes (5)

fiz o meu trabalho, tranche um e dois - depois se vê no que dá.
pessoas muito terra-a-terra, alto sentido prático, das que percebem quanto o mundo está farto de discursos ou o estritamente técnico/lógico não interessa a muita gente.
quanto mais se fala com estes senhores instalados no topo do topo das empresas de topo, se percebe quão frágil são os nossos lideres e quão mesquinho o sentido de negócio em Portugal...

impressões à parte

no cenário mais improvável pus-me a ler o comple(men)to de tudo. fazia parte das lacunas a preencher antes de ir desta para melhor. o livro tem tudo: filosofia, poesia, biografia. o querer, o possível, o conseguido. a eternidade do efémero. as dúvidas, as certezas, os feitos e os pensamentos. m. yourcenar demorou anos e anos a escrever, riscar, destruir e reescrever.
não lamento o tempo que protelei a empreitada. há instantes em que certos textos fazem todo o sentido.


* * *

ao jornalista acontece como à criança que aprende a andar de bicicleta sozinha. tem uma atracção enorme pelo brinquedo e um 'medo' terrivel do desconhecido, mas é com as quedas que aprende a pedalar. e tudo acaba por correr bem. mas só quando a imprudência já é consentida pela experiência.

* * *

viajar só, com escalas várias, horários apertados e sem pontos de referência faz-nos suportar melhor o que (em nós) é menos tolerável.

impressoes (4)

o paradoxo continua: numa conferência informática e a escriba sem acesso à net!
e' como aquele ditado: não creio em bruxas, mas lá que as há, ...há!
e, 'as tantas, tudo se resolve pelo melhor. e' por isso que nao vale desacreditar na vida!

impressoes (3)

e prontosS: o paraíso – pelo menos o dos filmes – é igualzinho a isto.
famílias felizes, eles fortes, quando não bem nutridos, elas quase sempre loiras, voz duma simpatia aguda, e as criancinhas todas muito autosuficientes – pequenos homenzinhos, senhorinhas de si (e do mundo!).
a bem dizer, não é isto que faz o paraíso – só o povoa...
o paraíso, itself, são lagos, palmeiras, quedas de água, sol generoso, calor e sombra fresca, e muito verde por onde se estenda o olhar.
cheguei ao paraíso (?!) e parece-me que não sei o que hei-de fazer com ele.

* * *

a mesma ideia volta a impor-se: este é o país dos excessos! No gelo, no quente, nas doses de comida, a beber refrigerantes ou cerveja, desmesura também na linguagem e, às vezes, até no porte. as crianças só podem beber a partir dos 21 anos, não se fuma em qualquer idade (?!),conduz-se a partir dos 16 mas há porte de arma logo aos 18...

* * *

e' também aqui que a aparência decide mais, e mais subtilmente, que noutros sítios: da gentileza dos criados ao preço dos produtos marcado sem taxas. para que a gorjeta, essa fantástica sublimação da esmola, pingue no final do repasto; para que o consumidor perceba que a mercadoria até tem um preço que pode ser razoável, mas o estado-sacana tributa mais o imposto...


* * *
numa terra onde tudo se paga - menos o que devia pagar-se: o excesso dos talheres, copos e embalagens de plástico, dos molhos e dos açucares a rodo – escutam-se diálogos surpreendentes. como o daqueles velhos colegas que comentavam a política de recrutamento no seu sector e concluiam que “a experiência (profissional) não tem preço!...ninguém pode dar um valor ao conhececimento a fundo de um 'job'

* * *

para que serve uma grande piscina, que mais parece um lago? e famílias em férias? por exemplo, para os pais ensinarem os filhotes a nadar. convenhamos que sai mais barato e é mais divertido que as nossas tradicionais aulas de natação. com as brincadeiras, e a pregar partidas, entre boias e braçadeiras, rebentos e progenitores fazem a festa numa tarde de sol. dois velhos namoram à beira do lago - a felicidade deve ser poder fazer isso...
o calor é quase infernal – e não é nada comparado com os meses de Verão, dizem eles –mas nenhuma paixão se incendeia. O lume brando queima menos, não é?

* * *

para que vêm as marcas de roupa europeias – Zara, H&M, etc e tal – para aqui? se há tanta e tão boa cultura fashion, onde cabem todos os dress code e a preços ‘acessíveis’... há um gosto urbano, vagamente rebelde, alternativo ou revivalista, de Urban Outfitters; e há também o bom e sóbrio gosto de J. Jill . além do mais, muitas das marcas fazem questão de dizer que os produtos são de algodão deste estado,ou de linho, fabricados na factory de outro estado, e tudo made usa – qual china!

impressoes (2)

o paradoxo e' este: no dia do trabalhador e' quando tenho de trabalhar mais!
no pais que inventou a celebracao e agora se esta' literalmente nas tintas para a data.
paradoxos e' mesmo o que nao falta por aqui.

(os posts estao escrevinhados, mas o dever impoe-se)