sexta-feira

estados d' alma (I)

ONTEM

...Dêem-me um ponto cardeal!


HOJE

...Preciso de pôr a cabeça de molho.


AMANHÃ
...

tamanho é importante?

A marca cervejeira espalha pela cidade votos de ano novo. Deseja-nos um 2006 XL !
Eu,... pasmo com estes publicitários: XL?! É para estar em sintonia com um Portugal Maior?
E, se o próximo ano, for uma merda? Também preferem tamanho grande?

episódio verídico

O taxista surpreendeu-se com a pressa da cliente em chegar.
Ela desculpou-se
- ...não está ninguém em casa.
Ele sorriu.
- então se não está ninguém em casa?!...
- ...pois. E alguém tem de estar para receber uma entrega.
O telemóvel toca, ela atende, pede que esperem 5' ou voltem daí a pouco.
O taxista acelera. Diz que sim, dá para chegar.
Depois começa a falar delas:
A mulher, a dele, levanta-se às seis para deixar os fatos dos filhos prontos, e fazer o almoço. Depois vai trabalhar para o supermercado, que fica na outra ponta da grande cidade, uns 20 kms ou mais. E, como é a gerente, abre o estabelecimento e fecha as caixas... um ror de horas.
O taxista lamenta a vida das mulheres, coitadas!, que trabalham tanto,
“e eu não posso fazer nada, vejo pela minha, dois filhos adultos em casa, mais que em idade de casar, e eles nada! E ela faz o almoço, o jantar, trata da roupa. Bem lhe digo que arranje uma mulher para ajudar, pelo menos uma vez por semana. Ela diz que não pode ser: lava e passa roupa todos os dias. Veja a senhora: ela faz uma máquina de roupa todos os dias. E eles não saem de casa, nem querem ouvir falar em casar, ‘tá quieto!
A vida das mulheres é muito mais trabalho, vejo pela minha. Quando sai mais tarde, lá a vou buscar. E, a esta hora, lá está ela em casa, à minha espera para jantar. Eu chego e, às vezes, nem falo - mas se não está ninguém em casa, nem quero saber de comer sozinho e vou ao restaurante. Depois vou-me sentar a ver um bocadinho de televisão. Mas ela, não. Continua a trabalhar, tem sempre que fazer".

quinta-feira

comentários

porque é que este blog não tem comentários?!?!

...pois! já teve, deixou de ter.
...e não tinha por pudor da escriba, por receio da exposição, pela trabalheira de responder.

a pedido de alguns e-mails, volta a ter.
até ver no que dá. sirvam-se à vontade.
obrigada aos que o lêem. ainda que o espaço seja meu, só meu.

conversa sobre o tempo

O tempo não chega para tudo..
Até serem colocadas perante uma dor grave ou um problema vital, muitas pessoas não se apercebem do que fazem dele, de como se deixam levar por factores exteriores a si que, na realidade, são muito pouco importantes.
Pela forma como fui evoluindo como pessoa, aprendi a ler-me e a relativizar os outputs.
Mantenho-me fiel às virtudes da conversa e da franqueza. Tem custos, mas com eles posso eu bem.
O tempo não chega para tudo. Toda a gente diz isso. Tenho as minhas dúvidas, porque o tempo é suficiente ou não conforme o que fazemos dele.

17 Steps

...To Becoming A Mature Man

"O amor e o tempo" *

"Por vezes, o casal 'assíncrono' não é influenciado pelos relógios internos, mas externos. (...)Basta que um um dos cônjuges se revele inábil para destabilizar o casal. Lamento dizer, mas em geral esse membro é o homem."

- * Willy Pasini (Editora Civilização)

quarta-feira

fan club


I really love this guys!

Eles conhecem-se?
E ninguém os 'embrulha' numa boa história?


[amira casar] [mark ruffalo]

presente


se não sabes o que oferecer a um amigo/a, por uma vez, deixa-te levar: The Arcade Fire - Funeral.

Se ela/ele não gostar,
é porque não te merece.


[gosto de quase tudo: rebellion muito alto; mas também para escutar "if you still want me, please forgive me, the crown of love is not upon me"

Ismael


...diz que as mulheres não têm alma.

Têm?

top

sítios onde aleatoriamente passo com gosto. uma espécie de blog podium : aqui, ali, este e aquele

amar é não ter de pedir *

em poucos filmes, tanta gente abandonou a sala antes do fim;
poucos filmes são tão consensualmente apreciados pela crítica;
é o argumento e os diálogos que nos agitam;
há uma mulher aparentemente feliz e saudável e um homem aparentemente louco enviado para um hospício, um par desencontrado, um velho à beira da morte, um jovem que se suicida, uma criança de dez anos à procura de uma figura paterna, pessoas que se perdem, percursos que se cruzam, comédia, tragicomédia, drama... Insanidade, pessoas como nós, problemas vulgares, carácteres fracos em personagens fortes, e provavelmente o contrário; como diz alguém, descobrir que nos enganamos já é libertador...
poucos filmes exigem, assim, ser vistos uma segunda vez.


* Nora, em "Reis & Rainha"
, ela que já amou Ismael

terça-feira

Clarice

"Pensar é um acto. Sentir é um facto."
(...)
"É. Eu me acostumo mas não amanso."


[por que só agora a descobri?]

segunda-feira

interferências do passado


Anda a acontecer com inusitada acutilância...
[ah!dupla adjectivação que me persegue...] O passado visita o presente, e com boas memórias.

Foi há dias,... e foi, há pouquinho, com o elevador de Santa Justa: Lisboa aos pés, uma beleza ascendendo ao céu.
Obrigada, monsieur Raoul Mesnier du Ponsard.

post atrasado


não há como uma cozinha para fazer uma mulher feliz!
se alguém realmente percebesse de psicologia feminina, versão materna executiva-mas-não-muito, devia saber isso.
é lá que se pode pode dar prazer sem esperar nada em troca, que não seja a expressão desse prazer... um prazer degustado, saboreado e pecaminoso - sobretudo no Natal, tão cheio de excessos.

na cozinha temos quase tudo o que precisamos: água, comida, calor.
podemos ter uma mesa para reunir os amigos, para ler, para...

passar cinco horas a cozinhar pode ser um momento de alienação boa, um exercício de auto-disciplina, o ensaio numa fábrica de emoções.


[p.s. - como acontece com tudo o que se faz por "obrigação", mais tarde ou mais cedo, podemos odiar ter de nos servir dela]

mesmo os pequenos prazeres...

...como descer a rua Garret em dia pós-Natal, numa manhã húmida e clara, quase sem gente, e meia dúzia de lojas abertas,não resistem à realidade de um serviço muito pouco profissional do hipermercado francês da cultura.
["Try a different angle", diz um espirituoso anúncio na cidade... Os melhores conselhos surgem de onde menos se espera.]

domingo

promessa

Retribuir-lhe tudo - mais o respeito e a atenção recebidos no Natal de 2005.
Pensando bem, em vez de retribuir, basta devolver.

sexta-feira

feminist, ...me?

Enganei-me...
Há alguém que espreita aqui.
Um tal rafael.
De um blog anti-feminista.
Escreve em inglês.
Não deve fazer ideia sobre onde fica Portugal.
Mas tem pérolas como esta:

"I have a friend who works for the National Education Agency. He is a hardcore leftist but understands how boys are suffering. He tells me the feminist, homosexual and anti-war agenda are the ONLY topics they care about. They don't care about boys and will block any education policy that isn't approved by the radical feminist lobby. Nobody in the unions, the establishment or the political class gives fuck-all about boys or men - no matter how much they are suffering. Why not? Because women control more votes and thus more politicians.
Sorry guys, it's going to get a whole lot worse before it gets any better
."


Sequem-se as lágrimas.Sim, é comovente!

[Cede-se o endereço (do blog) a quem provar pertencer-lhe.]

empatia

Gostava mais de empatia, sinais mínimos que fossem.
Ninguém passa por aqui, e gosto assim. Só posso gostar.
Por que se não é diferente, serve-nos a realidade.
Apesar disso, o msn messenger passou à história.
São tristes as experiências com esse meio.
Prefiro cartas. Cartas sem devolução. Com resposta.
Mas também e-mails, posts, palavras deitadas à rede - quando já ninguém pesca!

Mais vale só, do que muito pouco acompanhado!

impaciência

Como pode ser tão clara uma noite como esta, de céu completamente nublado?

vo(t)os de Natal


Quando foi a última vez, que fez uma coisa... pela primeira vez?

Quando li isto, achei - genial!
[realmente, quando foi a última vez que fez algo pela primeira vez?]
O seu a seu dono:
É uma frase publicitária, sim
Mas vale a pena conhecer o projecto. Porque

a vida é bela!

*de lambe-botas

Olho na segunda metade de Sábado e, não sei se é por ser Sexta-feira, dou de caras com o exemplo técnico do lambe-botismo* armado a supra-sumo, aquele que faz género - do tipo: eu provoco, sou contra-corrente, eu percebo tudo sobre capital, é o capital que faz andar o país, e alguns capitalistas em particular...
e são (meus) amigos, vejam só!

máxima da M.

NUNCA
e
SEMPRE

...são palavras provocadoras.

6ª de manhã a atirar para tarde

Nada contra as reuniões. Como devem ser.
Organizadas. Com agenda, com método.
Com objectivos, com metas.
Com avaliação a posteriori do concretizado.

Tudo contra os suplícios semanais, em dias ao calhas, e outros marcados com um ferro, reuniões porque sim.

dúvidas de pontuação

O amor é lindo,
não é?

............

O amor é lindo?
não é.

.............

O amor é lindo

não é




[pontuar, a gosto]

quinta-feira

Sexualidades

A revista "Veja" (21 Dezembro 2005) faz a capa com uma declaração da cantora brasileira Ana Carolina "Sou bi, e daí?"

É uma novidade relativa.
Depois, lê-se o artigo e percebe-se que não há novidade nenhuma: um pouco de história, excerto curto de uma conversa com a artista, um pouco de actualidade - as séries de televisão sobre a cultura gay, as personaliddes do mundo do espectáculo que assumiram a sua homossexualidde...
Lembrei-me da capa da revista Sábado (portuguesa) de há umas semanas - sobre o "look gay" - e da desconexão entre os conteúdos e os títulos jornalísticos, tantas vezes tacitamente elaborados. Tenho dúvidas que isso seja benéfico.

Porque, no fundo, a grande questão é a do desejo.[Quem o controla?]
Embora eu não concorde com a tese 'diacrónica' de f....

Acho mesmo que é exactamente ao contrário.

Do Natal

O pior do Natal, dizia-me uma amiga, são as "famílias"...
Pela maneira como ela falou, pensei logo em padrinhos, máfias, Sicília...
Quase que concordava com ela.
Pensando bem, o melhor do Natal são as famílias. O espírito da família (soa a piroso?). Natal sem família, não é Natal. Embora eu preferisse o Natal de há muitos, muitos anos atrás,... em que havia a madrinha e o menino jesus. Um encanto que acabou na pré-adolescência.

A Noruega não está a brincar


Podemos ignorar, podemos até sorrir com a ideia, ou podemos tentar perceber porque é que na Noruega projectam impôr quotas de mulheres para cargos de direcção em empresas...
Na Noruega, as mulheres e homens eram assim (simplórios?), há um século...
O país tem uns quatro milhões de habitantes, parte fica no círculo polar, tem grandes jazidas de petróleo, é da Noruega que vem o bacalhau, etc.

Mas o que interessa verdadeiramente é que a Noruega voltou a ser o melhor entre 177 países(Relatório do Desenvolvimento Humano de 7/9/2005), ou seja, o número um do ranking do Indice de Desenvolvimento Humano (o IDH procura sinalizar a qualidade de vida da população, utilizando como critérios indicadores de educação, longevidade e rendimento).

Chega?

Estão a brincar?!...

A notícia está na revista "Ed.pessoas,ideias e negócios"(nº2-pág. 20) e vale uma breve:

"Igualdade, a quanto obrigas

O governo norueguês pondera a introdução de uma lei que impõe uma quota de 40% de mulheres nos mais altos cargos das empresas. A proposta de lei que está a ser examinada pelo gabinete do primeiro-ministro, Jens Stoltenberg, dá às empresas um prazo de dois anos para aplicar as quotas. A pena para as empresas que não cumprirem a lei, caso seja aplicada, é drástica. O executivo norueguês ameaça com o encerramento compulsivo das firmas. Sem demora, já se fizeram ouvir críticas. Há já quem alerte para o perigo de a medida fazer com que muitas empresas desloquem a produção para fora da Noruega"

Se estes noruegueses resolverem levar a deles avante, não vai certamente faltar investimento estrangeiro IDE) em Portugal, nos próximos anos...

quarta-feira

anúncio de rua

PROFESSOR VIÚVO
ACEITA SENHORA
DÁ CASA DE GRAÇA.TEL...



[desafio para mulheres com atracção pelo desconhecido]

Diálogo minimal

- O mundo existe para além de ti!... não sei se sabes...

- A sério?? Não o desligam enquanto durmo?

terça-feira

Tête-à-tête com eles

Procurei, procurei, fui aos sítios dos candidatos na Internet e... ACHEI!!!
...as propostas dos candidatos para os tempos mais próximos.

Mário Soares oferece-se para passar o Fim de Ano no Mercado da Ribeira (presumo que depois de uma noitada na 24 de Julho)

Aníbal Cavaco Silva ainda não "deitou contas à vida"...
Só tem agenda para dois dias. No Santo Natal recolhe-se.
Mas encontrei no seu sítio um Espaço XY, que me chamou a atenção... É, por lá que andam os apoios dos "desportos de acção, moda, música, arte e cultura urbana". São capazes de saber onde o professor passa o reveillon...

O debate so ares cavaco!

Um ajuste de contas no passado.
(quase que se lavava 'roupa suja',mas como é tarefa de mulheres...)

Falou-se da formação específica de cada um,
... do estilo de personalidade,
... da postura de proximidade com as pessoas,
... da experiência governativa e institucional de ambos.
Não se sabe o que cada um pensa sobre as competências específicas do PR.
A abstenção vai ser grande.O país vai ter o presidente que merece.

[Qual dos dois terá uma 'nota de rodapé' maior na História de Portugal?]

aguenta-te sff

Só ainda é terça-feira, nada corre de feição.
Mantêm a regra de "saber que tu sabes que nós sabemos que farás assim".
Ficaste ligeiramente com os nervos em franja.

Por aqui,fazem desaparecer papéis de que precisas para trabalhar.
Teimam contigo que está correcto, quando sabes que daqui a duas horas tudo muda.
O relógio continua a correr até ao dead-line .
Doi-te a cabeça, e as ideias turvam-se.
Tão cedo não tens um fim de semana tranquilo.Por isso...
mantém-te zen... e não deixes ninguém aproximar-se.

Miss Feng contou-me

Esta noite fantasiou em sonhos.
Estava longe de pensar que isso pudesse acontecer.
Não que seja coisa que ...não desejasse.
Mas não sabe o que pensar.
E agora: ignora os sonhos?
Telefona-lhe? Não telefona?
Um SMS é melhor: poderá argumentar que não recebeu.
Ou pode responder pela mesma via. Ou pode ligar-lhe de volta.
(...)
Miss Feng acha que vai tomar uma decisão de fundo no próximo ano.
Tem de se despachar.

Prova de vida

...é sobreviver a uma segunda-feira!

domingo

Ainda a Educação

[Ponto prévio: haverá erros e exageros nas decisões que a ministra tomou, admito, e eventualmente vícios de forma. Só o tempo dirá quais e qual a sua gravidade].

As escolas não são "depósitos" de crianças, como oiço tantos professores dizerem; mas as famílias também já não são o que eram. Nem a sociedade. Pais e mães trabalham, desgastam-se com os múltiplos papéis e solicitações, e esgotam-se fisica e psicologiacmente na vida das grandes cidades; pagam impostos; uma parte da educação das crianças pertence aos pais, outra parte é obrigação das escolas... e dos professores.
Se há tantas profissões que se exercem por turnos, com fins de semana, com xis horas no local de trabalho (as da lei) e muitas mais fora dele, sem acréscimo de remuneração, porque são tempo de estudo, de preparação, etc.,... porque seria diferente a exigência da sociedade para com os professores?!

(E para que se perceba o que está em causa, quando se contesta...)
Há mais de vinte anos, quando o actual ministro da Administração Interna era um dirigente estudantil de Direito e a agora ministra da Educação aluna do ISCTE, a contestação dos universitários incidia em temas tão triviais como: pagamento atrasado de bolsas de estudo, falta de cantinas, comida de má qualidade, etc..
Nessa geração, íamos de autocarro ou a pé para as faculdades, não de carro oferecido ou emprestado pelos pais...
Agora, a contestação de muitos universitários que entretanto passaram a ter um Ministério só para si - e também carro próprio e dinheiro no bolso - passou a incidir sobre as propinas, ou sobre a limitação do número de anos para acabar um curso, ou a falta de saídas profissionais... Enquanto isso, entretêm-se - não todos, nem sequer a maioria, felismente - com as patéticas cenas das praxes, que o 25 de Abril extinguira...
[Como dizia alguém, estarei a exagerar mas é só para que se perceba melhor...]

A ministra da Educação (II)


"Maria de Lurdes Rodrigues - A ministra de quem os professores não gostam" é como chama Adelino Gomes ao perfil que traça na revista do jornal Público (é ir espreitando o link da Pública).
Vale a pena ler. O repórter é de absoluta confiança (profissional) e o tema "escalda".

Não me lembro de um ministro da Educação que tenha sido apoiado pelos professores ou a quem os sindicatos dessem o benefício da dúvida. Mas toda a gente faz coro na crítica aos níveis de educação e formação baixíssimos que são o nosso grande handicap como país; todos concordam que é preciso trabalhar mais, maior empenho dos alunos, obter mais resultados, conseguir maior eficácia das políticas.
No essencial, para a comunidade, o que MLR está a fazer só se tem revelado benéfico -aulas de substituição, imperfeitas certamente; o inglês na primária,etc.. Determinada, ela é; tem formação que a recomenda para o cargo e ao mesmo tempo a distância de um percurso que não a prende às corporações; quanto ao mais, como diz dela Adelino Gomes: Considera negativa a tendência para dividir os homens em bons e maus, honestos e desonestos. O mais importante é identificar os interesses e depois conciliá-los. O que, admite, nem sempre é fácil, exemplificando com a própria tarefa no ministério: "O que é o interesse público?". pergunta MLR (...) "Não se está na política para se ganhar popularidade, mas para se fazer determinado trabalho."(e sobre a tal cultura profissional dos professores e as expecativas de redução de horário conforme evoluem na carreira, diz:) "A vida das pessoas organiza-se em função disto. A alteração que se propõe abala muito. Mas não há outra coisa a fazer."

A ministra da Educação (I)

Ainda não vi nenhum professor(a) do ensino secundário mostrar-se agradado(a) com a ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues. Mas também ainda não vi nenhum pai ou mãe (que não seja simultanemanete professor...!) mostrar-se revoltado com ela. Pelo contrário.

Dizem que está a espalhar a confusão na classe docente, obriga dezenas (milhares) de professores a estarem de piquete nas escolas, as quais não têm condições para eles se ocuparem utilmente. E têm de lá estar, segundo um calendário pré-definido, não para ministrarem as aulas das suas disciplinas, mas para colmatar eventuais faltas de colegas, com aulas de substituição... Dizem: "enquanto estamos lá, sem fazer nada, é tempo perdido..." .
Que me desculpem, mas o tempo nunca é perdido se só depende de nós a forma de o ocuparmos. Pode não haver um PC para navegar na Internet para cada docente,mas há espaço abrigado, livros e a cabeça de cada um para pensar,criar, planear acções. A maioria das escolas tem, suponho, biblotecas - que não serão só para os alunos...
Também sei, todos sabemos, que tudo o que vira do avesso uma vida arrumadinha e previsível causa sempre enorme transtorno.
Tenham paciência! As escolas são para servir a comunidade, para cuidar (também) da educação dos jovens, não existem para garantir empregos confortáveis e seguros (coisa que, aliás, vai rareando)

Ela diz...

Detesto que
...não me respondam
...que respondam por mim
... que perguntem e respondam por mim
...que não me perguntem
...que presumam

...que se cansem de conversa - antes de ter começado
...que olhem para o chão, quando me estão a ouvir (?!)
...que não me olhem nos olhos, quando falam comigo

...que prefiram o silêncio ao diálogo
Mulher calada é mais perigosa do que a falar

"Elizabethtown"


Elizabethtown... tem excelentes actores, sim. Susan Sarandon, Alec Baldwin, outros...
Mas a história é fraquinha, fraquinha, estanque. Aqui e ali, há diálogos curiosos.
Mais perto do fim, pensamos que pode salvar-se, num estilo road movie. Qual quê?!Reserva-se um desenlace frouxo e absolutamente previsivel numa comédia-quase-melodramática.
[Mas que poderia esperar-se de um filme produzido por Tom Cruise???]

"O fiel jardineiro"


Perde-lo é perder uma grande história (de amor? muito mais do que isso) que, provavelmente, existe no original de John Le Carré, The Constant Gardener .
Mas o que O fiel jardineiro mostra é uma realidade que passamos a vida a esquecer que existe.


O valor zero da vida humana, em África. O valor relativo das pessoas, para as multinaconais farmacêuticas. O valor do diálogo entre dois seres que se amam, para lá das diferenças de carácter ou dos extremos ideológicos que personificam.
É um filme bem feito (grande realizador esse Fernando Meirelles), boa parte passado num cenário fascinante,Africa, uma indiscritível profusão de gente, cores, sons, misérias... Tem triller, mistério, intriga... enganos, volte-faces e personagens fortes e belas.

sábado

Sol no fds (I)



Fim de semana com sol, como este, é uma tentação!

Programa 'modesto' de sábado:
Pequeno-almoço demorado, saboreado, tranquilo.
Uma volta pelo bairro.Compras básicas: pão, legumes, fruta.
Segue-se uma esplanada junto ao mar, ou junto ao "mar da palha"...
Almoço traquilo, companhia agradável.
Depois,um passeio digestivo,conversa feita de histórias - as conversas, quando não são feitas de histórias, são pequenas batalhas verbais, e isso não me apetece nada.
Depois ainda, molhar os pés, receber o sol na cara, aguentar o vento, respirar fundo.
Pensar. Pensar em nada.
Pegar num livro. Uma estória estimulante, começar a ler, desejar chegar ao fim. Sorrir. Conversar. Rir com vontade e muito.
Regressar no pôr-do-sol. Ir ao cinema. Ver pelo menos dois, dos quatro ao cinco filmes pendentes...
E dormir, tranquilamente, todas as horas que preciso.
Inventar um domingo parecido.

sexta-feira

Viver outra vez

Quando somos pequenas desejamos ser grandes para só fazer o que nos apetece.
Engano puro.
Nunca mais somos obrigadas a ter a franja do cabelo certinha, nem a usar meias de renda ou sapatos de verniz, no entanto...

Trabalhamos para (sobre)viver - e, ás vezes, vivemos a trabalhar.
Vestimo-nos fazendo concessões ao imperativo social...
Participamos em almoços de trabalho, porque tem que ser.
Toleramos convivências, sem saber bem porquê.
Convencemo-nos de que a experiência nos ensina a desdramatizar... mas, no fundo, no fundo... apenas prescindimos de partes de nós próprias.

[é, por isso,tão confortável admitir, mesmo que remotamente, que poderemos viver outra vez...]

O candidato entre as mulheres

A esta hora, estão umas quantas reunidas a jantar com ele. Porque sim.
Disse ele - no troco de uma pergunta que lhe dirigiram - que sim, as "mulheres são importantes (nestas eleições), pela sua experiência de vida".

Quem achar que isto é um (bom) argumento, vote nele.

Onde está a violência?


O parlamento francês votou uma nova lei sobre a violência conjugal.
Eis um tema que, sempre que é aflorado, nos remete quase automaticamente para tempos de alguma barbárie civilizacional.
E,...no entanto, é vivido todos os dias, também nos centros urbanos, em famílias ricas, na classe média, como nos pobres e miseráveis.
A propósito do debate em torno da nova lei francesa, uma psiquiatra resume, em entrevista ao Nouvel Observateur, os contornos dessa violência conjugal, camuflada na vida de todos os dias - que não é só física, nem vitimiza apenas as mulheres.

"Le danger est bien de ne parler que des violences physiques quand on évoque la question des violences conjugales. Or, l'acte physique est simplement une agression qui survient dans un mode de relation basée sur le contrôle, les humiliations et la domination. C'est la partie émergée de l'iceberg. Généralement, on ne voit que cette partie visible, qui cache tout un tas d'autres violences plus subtiles, qu'il ne faut pas négliger si on souhaite faire de la prévention. J'entends par là les violences verbale, psychologique, sexuelle ou encore d'ordre financier. Ajoutons tout le registre des humiliations et des menaces, qui peuvent faire référence à des violences physiques. Ces autres violences amènent autant de peur que les actes physiques violents".
(Marie-France Hirigoyen,psychiatre,auteure de "Femmes sous emprise: Les ressorts de la violence dans le couple"(Oh! éditions, avril 2005)

quarta-feira

Sem mudar de assunto

Desde há doze anos,ou um pouco mais..., também tenho opinião - muito viva, aliás - quanto à violência sobre crianças. Detesto a violência, em geral, mas essa, em particular, é capaz de me tornar violenta!

Não sei se os media estão mais atentos (dúvido!), se a violência está mais banalizada, mas começam a ser comuns as notícias deste género...

[só não entendo porque colocam os pais suspeitos em prisão preventiva e não fazem o mesmo com os técnicos da (in)segurança social que caucionaram os maus tratos, nos sucessivos regressos do bebé à família]

... e ter opinião

A prostituição é um desses temas "não candentes" sobre os quais não tinha (grande)opinião.
Fui fundamentalista contra.
Depois, moderei-me, com dúvidas (nalguns casos pode ser uma opção pessoal; se calhar, legalizar é proteger; "vender" o corpo, é possível de muitas maneiras, pois se há até quem venda a consciência).
Enfim, considerar várias hipóteses faz sempre tremer a certeza mais irredutível.

Há dias, voltei a ser contra a legalização da prostituição.
E desconfio que já não mudo.
Inês Fontinha, da Associação O Ninho, de apoio a prostitutas, contou a história de uma rapariga (alemã?) que trabalhava em informática, até que o desemprego lhe bateu à porta...
Passou a receber o respectivo subsídio, até que o instituto de Emprego lhe propôs a reintegração no mercado de trabalho como... trabalhadora do sexo.
Recusou.
Perdeu o subsídio de desemprego.

Não ter opinião...

Uma das coisas mais confortáveis que,com o passar dos anos,se ganha é poder não ter opinião. Algo impensável aos 18 ou 22 anos: o mundo é tão redondo e as convicções tão definitivas que só é possível ter discussões a torto e a direito, quase sem apeadeiros para pensar...
Comigo, foi também assim. Por isso, hoje, dá-me gozo não ter opinião sobre... por exemplo:
- o blog de JPP, que nunca vejo (imagino como lhe é importante contabilizar visitas, ser falado, justificar notícia)
- Ota ou aeroporto da Portela?Não sei, não fiz contas nem conheço as alternativas...
- Mandar, ou não, retirar os crucifixos das escolas?...(para criar uma polémica? embora seja contra a sinalética religiosa nas escolas públicas)

Enfim,... há um rol infinito de assuntos "candentes"...

Noutros casos, tinha opinião formada, mas... enchi-me de dúvidas!
Felizmente, acontece.
(continua)

terça-feira

Intervalo

O tempo, o das horas, dos instantes, da memória - não o do clima - é uma obsessão.
Adoro ampulhetas, clepsidras, relógios de sol.
Adoro "perder tempo".
Perco tempo com bagatelas, conversas fúteis, a olhar os outros.
Às vezes, perder tempo é "ganhar vida".
Nos tempos que correm ...quase sempre, perder tempo é ganhar vida.
Pelo menos para mim, que o meço com agendas, apontamentos, anotações, horários, prazos, rotinas.
Há, além disto, o lado bom do tempo: a maturidade, a relativização dos problemas,a selecção natural das memórias.
Bem vistas as coisas, o tempo devia ser livre.

[M. Yourcenar escreveu sobre o "Tempo, esse grande escultor".
Fernando Trias de Bes disserta sobre "O vendedor de tempo".
Ambos bons livros, a (re)ler... com tempo.]

segunda-feira

Clareza

Com as intermitências impostas pelo work-life balance que afecta as mulheres da minha condição, foi possível ver que o debate ALEGRE-LOUÇÃ - mesmo que os comentadores do status quo digam que é mais uma entrevista cruzada - está a primar pela clareza.
E, de um Presidente da República, espera-se sobretudo clareza e respeito pela lei fundamental, a Constituição da República Portuguesa.
Quando Manuel Alegre disse que há dois sectores da economia que não autorizará sejam privatizados - água e rede eléctrica - tornou-se também mais claro porque é que este homem não poderá ser Presidente... Isso só aconteceria se, numa atitude totalmente revolucionária, o povo tivesse mais poder que os "investidores"...

O sítio do Dalai Lama


Como leitora do Dalai Lama e outros escritos budistas, deveria saber que, também ele, se converteria de forma empenhada à Internet. Escapou-me a novidade. Felizmente, alma caridosa enviou-me a notícia que mora em www.dalailama.com .
Para que conste, fica aqui a ligação, precisamente por uma página onde se aborda um dos temas mais interessantes desta filosofia: a relação do budismo com a ciência.

Na economia com melhor desempenho da América Latina...


Michelle Bachelet, candidata de esquerda nas eleições presidenciais do Chile, esteve muito perto de conseguir ser eleita... Mas se não aconteceu agora, acontecerá em Janeiro, na segunda volta.
Uma mulher com uma história de vida incrível, que se arrisca a ser a primeira Chefe de Estado eleita, da América Latina.
Só por isso, as presidenciais do Chile são muito mais interessantes que as de Portugal. Mas como faz notar a notícia da Reuters, "... Michelle Bachelet faces a tight race to become the first woman president of Latin America's star economy in a run-off vote in January, when she will face a reunited rightist alliance."

Da virgindade


Na India, o país do Kamasutra, a maior democracia do mundo,... a virgindade é ainda um grande tabu.
A actriz indiana Khushboo, tamil de origem muçulmana, era endeusada por todo o país, ao ponto de lhe terem erguido templos, tal era a sua popularidade nos anos 90.
Pois agora, é alvo de ameaças, insultos e agressões no espaço público, pelo que necessita de protecção policial. A sua vida passou a ser um inferno: casada e mãe de duas filhas, foi proibida por um tribunal de falar de sexo e já teve de retratar-se, arrependida,de declarações que fez numa entrevista:

«A sociedade deve libertar-se do modo de pensar retrógado segundo o qual uma mulher deve chegar virgem ao casamento. As mulheres, se decidem ter relações sexuais antes do casamento, devem proteger-se de uma gravidez não desejada e da SIDA. Nestes tempos, os homens com educação não devem esperar que as suas mulheres sejam virgens na hora de casar-se

Isto dizia Khushboo sobre a India - 1,1 mil milhões de habitantes, mais de cinco milhões de infectados com o HIV, e onde 1/4 das jovens confessa, segundo inquérito recente, praticar sexo antes do casamento.

[... o pior cego é o que não quer ver...]

domingo

Como eles vêem Portugal

A reportagem da Actual, do Expresso (nº1728 - 10 Dezembro 2005) sobre os Imigrantes, como eles nos vêem... (pág.26 - não há link)corre o risco de passar demasiado discreta ao leitor que "passa os olhos" pelo vetusto semanário... E, no entanto, bem que merece ser lida.
Através dos testemunhos de imigrantes que consultam o Centro Nacional de Apoio à Imigração (CNAI) e também pelas histórias pessoais de estrangeiros há mais tempo a viver em Portugal, é possível perceber melhor que país é o nosso:
«Todos coincidem num ponto: o futuro do país passará necessáriamente, pela imigração. O "como" é que fica em aberto.»

[É face a artigos como estes (11 páginas, assinadas por Luciana Leiderfarb)que me pergunto sempre o que fazem tantos e tantas Grandes Reporteres na nossa imprensa...?! Guardam-se, presumo, para os grandes acontecimentos...]

Domingo

...é o pior (?!) dia da semana. Um paradoxo, pois, em inglês, não podia ser melhor: Sunday! [dia de Sol]
Domingo como este, aqui no belo rectângulo à beira-mar plantado, é domingo a valer.
... O pior do domingo é ser véspera de segunda-feira.

sexta-feira

Flores cor-de-rosa



Flores partidas (Broken flowers): aí está um filme que não tem muita história. Não vê-lo, não é perder grande coisa (apesar de alguns pormenores da realização).

Bem visto o enredo, os homens não ficam muito bem no retrato...

[Dizem que é a história de um homem que revisita antigas namoradas, para tentar descobrir se,de facto, como lhe diziam numa carta anónima, tem um filho quase adulto. Ele acabara de ser abandonado pela mais recente conquista. Bill Murray faz, na perfeição, o papel do patético Don Juan reformado (é quase uma réplica do papel em Lost in Translation ...)
Quanto ao resto, há um lote de óptimas actrizes a fazerem apenas pequenas cenas.
Mesmo assim, Sharon Stone - como sempre - é uma aparição...]

Ela merece ganhar



Os "nossos" jornais de referência não ligam muito ao assunto. Percebo-os.
O mesmo se passa com os blogs nacionais - percebo-os ainda melhor.

Outra imprensa, porém, faz a diferença. Ontem, El País titulava:
"En Chile, mujer vota a mujer". "Las mujeres tenemos que trabajar el doble para demonstrar que sabemos hacer las cosas", afirma ela.
Sim, o Chile, esse país distante... com um passado recente muito próximo do nosso.E tão mediano como nós...
A igualdade de sexos, justiça, educação e saúde são as prioridades dela. Ao eleitorado, passou a mensagem: "Estoy contigo".

Ela chama-se Michelle Bachelet. Tem 54 anos e três filhos.
É divorciada. É socialista. É loira. É gordinha. É baixa.
É doutorada. É médica. Foi ministra da Saúde. Foi ministra da Defesa,...
Poderá ser a próxima Presidente da República do Chile - é quase certo. [e não é filha, nem viúva de político famoso - como costuma acontece nestes casos]

Vale a pena conhece-la.

quinta-feira

Bolas de Berlim

Nem as aprecio muito [a não ser as do Natário, por razões óbvias: as melhores!]
Mas este é um blog que visito todos os dias. Se calhar, sou suspeita.
Não, não conheço a autora. Fascina-me o cenário de onde escreve.
E já começo a perceber porquê...

Feriado

«O brasileiro é um feriado - temos alma de feriado.(...)
Se o brasileiro não sai da praia, quem faz o Brasil?
»


in "Sem amar, nem odiar" de O óbvio ululante - Nelson Rodrigues
(Companhia das Letras)

[Lembrança a (des)propósito, pelo que se vê nestes dias:
... templos do consumo cheios de fiéis...]

quarta-feira

25 faixas

As manhãs de quarta-feiras são muito previsíveis.
De vez em quando, há uma ou outra surpresa. Boa.
Hoje, Manuela Azevedo, Clã ao Vivo.
Não percebo nada de música mas, estes CDs, valem o dinheiro.
Começando pelo segundo, ou pelo primeiro.
Lembrei-me vagamente dos Mler If Dada...

[Soubesse eu tanto como ele e a Manuela Azevedo também teria direito a nomeação...
"Só para dizer que te amo, não sei porquê... que mais parece destino...
E até parece que estou a mentir..."]

É Natal... nada de mal

Por todo o lado, há sinais exteriores de Natal.
É nesta altura que gostava de viver, sei lá..., na China?, onde não deve haver tantas lojas chinesas... and so on.
A propósito: não podia estar mais de acordo com ela.

terça-feira

Pois...

Primeiro-ministro acredita na manutenção da Autoeuropa em Portugal
06.12.2005 - 16h00 Lusa (Público on line)

O primeiro-ministro, José Sócrates, afastou hoje a hipótese de a empresa Autoeuropa sair de Portugal, afirmando que esse cenário "não tem consistência".

[Começo a pensar se este político não será um cenário...]

Jabor, ainda...

Só mesmo ele para me desmentir, e mesmo assim, tornar-me ainda mais fã da sua prosa. Em "Vivemos sob pequenas bobagens que nos enlouquecem", de Amor é prosa Sexo é poesia - Crônicas Afetivas, informa:

"Odeio gadgets ridículos como palmtops, desses que "se conectam com a Internet através de um celular com rádio, video game e uma telinha de TV com as cotações da Bolsa e a previsão do tempo no mundo". Por que não vão para a p.q.p. com essas merdinhas inúteis?"

Arnaldo Jabor


Ando a ler, por estes dias, um daqueles livros que me fazem ter pena de Portugal e Brasil não serem realmente países irmãos. E, reparem, nunca fui sequer ao Brasil!
E porquê o lamento?
Simples. Há, no Brasil, grandes contistas e excelentes cronistas. Gente que escreve bem, curto e com humor - e ironia - como não há aqui (salvo as costumeiras excepções).
Falo de Luís Fernando Veríssimo, de Arnaldo Jabor, de Nelson Rodrigues e outros/as.
Jabor, além de cineasta, é um truculento intelectual e um exímio cronista. Publicou recentemente mais uma colecção das suas crónicas. O livro até já está editado em Portugal. E para quem não embirra com o 'português' do Brasil é um excelente presente.

Apetece-me algo...








...assim?

segunda-feira

Presidenciável anti-EMEL

"- Belém?... Lisboa, Portugal?...
... foi daí que pediram um desbloqueador?"

Detalhes para a História (I)

"Serei uma força de desbloqueio",
farei "cooperação estratégica" com o governo,
"sou favorável a que os mandatos se cumpram até ao fim"
(sobre o Procurador Geral da República)

[Cavaco Silva, no 1º debate sobre as Presidenciais de 2006, esta noite, na SIC]

1º round

O homem não olha de frente, mal abre os olhos e, com a vista no vazio, destila o mesmo "economês" monocórdico que já não se aguenta!
Será que o informaram que o debate é entre candidatos à Presidência da República?

domingo

A frase que bate...

"A palavra só vale quando deixa de ser palavra
e começa a ser frase.
Mas o que conta é a penetrante comunicação de dois silêncios
- um silêncio atento vale mais do que todas as frases -
estar atento é amar, desatenção é desamor,
frase errada é sopro perdido
é a mais longa distância entre dois pontos
confusão lentamente ocupando
os desvãos da consciência
e baralhando as ideias com dedos de fuligem."

Sidónio Muralha - Poemas 1941-1971 (Editorial Inova)