domingo

Ainda a Educação

[Ponto prévio: haverá erros e exageros nas decisões que a ministra tomou, admito, e eventualmente vícios de forma. Só o tempo dirá quais e qual a sua gravidade].

As escolas não são "depósitos" de crianças, como oiço tantos professores dizerem; mas as famílias também já não são o que eram. Nem a sociedade. Pais e mães trabalham, desgastam-se com os múltiplos papéis e solicitações, e esgotam-se fisica e psicologiacmente na vida das grandes cidades; pagam impostos; uma parte da educação das crianças pertence aos pais, outra parte é obrigação das escolas... e dos professores.
Se há tantas profissões que se exercem por turnos, com fins de semana, com xis horas no local de trabalho (as da lei) e muitas mais fora dele, sem acréscimo de remuneração, porque são tempo de estudo, de preparação, etc.,... porque seria diferente a exigência da sociedade para com os professores?!

(E para que se perceba o que está em causa, quando se contesta...)
Há mais de vinte anos, quando o actual ministro da Administração Interna era um dirigente estudantil de Direito e a agora ministra da Educação aluna do ISCTE, a contestação dos universitários incidia em temas tão triviais como: pagamento atrasado de bolsas de estudo, falta de cantinas, comida de má qualidade, etc..
Nessa geração, íamos de autocarro ou a pé para as faculdades, não de carro oferecido ou emprestado pelos pais...
Agora, a contestação de muitos universitários que entretanto passaram a ter um Ministério só para si - e também carro próprio e dinheiro no bolso - passou a incidir sobre as propinas, ou sobre a limitação do número de anos para acabar um curso, ou a falta de saídas profissionais... Enquanto isso, entretêm-se - não todos, nem sequer a maioria, felismente - com as patéticas cenas das praxes, que o 25 de Abril extinguira...
[Como dizia alguém, estarei a exagerar mas é só para que se perceba melhor...]

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