domingo

yes, we can

não agora mas, quem sabe?!, no tempo das nossas filhas...

um dia conseguiremos que as mulheres não tenham vergonha de escolher uma mulher para a presidência do país mais influente do mundo

um dia olharemos para uma mulher como cidadã-política de mérito, e não como "uma gaja ambiciosa que faz carreira à custa do marido"

um dia perceberemos que uma mulher como ela, em presidente dos EUA, é um passo maior para a humanidade que qualquer outro

um dia, o reconhecimento desse valor não será visto como o ajustar de contas da parte mais fraca, mas como o reconhecimento de que o mundo merece melhor

um dia olharemos para trás e veremos que "os negros" sempre foram cidadãos de primeira antes das mulheres o serem - veja-se o direito ao voto - justamente por serem homens

um dia perceberemos que 17 meses de luta valeram mais pelo simbólico da persistência do que pelo marketing de uma mudança ilusória

um dia, demasiado distante, perceberemos que o maior obstáculo à emancipação feminina são os preconceitos que as próprias mulheres interiorizam e perpectuam

4 comentários:

x-pressiongirl disse...

Permite-me uma observação. Só pelo facto de ser mulher isso não a torna mais humana. Não me interessa ter uma mulher a governar se ela for má governante. Não me esqueço que essa senhora votou a favor da guerra no Iraque.
beijitos ;-)

lr disse...

Como é que contrario essa observação, de forma sintética?
Uhm...Sim, a sra. não se opôs à guerra do Iraque, porém não a declarou. E o sr. Obama, opôs-se? Não. E será capaz de despoletar uma? Será.
Há vinte anos havia uma Sra. Thatcher, hoje há mulheres no poder, muito poucas, que não têm nada a ver com ela (Michele Bachelet, no Chile, p. ex.). Lentamente embora, já se pode ver que o perfil de uma mulher na liderança de um país pode ser diferente daquele que um homem padroniza. Tendencialmente, uma mulher é mais humana, sim - é menos bélica, é mais atenta. A discussão é muito interessante e até poderei mudar de ideias, mas fica para outro cenário, ok?
Agora o "Não me interessa ter uma mulher a governar se ela for má governante". Esse, chère amie, é o busílis da questão. A mim também não me interessa ter incompetentes a governar. Mas desejo que chegue o dia em que tenhamos tantas mulheres (in)competentes no poder como homens (in)competentes, simplemente porque é um direito. E então acaba-se o feminismo.
(de resto, as más-linguas até dizem que eu sou mais do estilo "se há governo, sou contra"...)
De qualquer forma, o pior adversário das mulheres é o que está interiorizado na cabeça de muitas... Ou estou a ver mal?
bjs

x-pressiongirl disse...

LR, só vou perdoar o facto de me descompor dessa forma porque neste momento estou a ouvir playgirl (mais uma das virtudes do seu blog). Consta que Obama opôs-se à guerra no Iraque. Não sei se será capaz de despoletar uma porque a minha bola de cristal partiu-se. Não sei se as mulheres serão mais humanas do que os homens (tb tenho essa ideia mas nao tenho como prová-lo). Dizem que na tropa as mulheres são bem mais agressivas do que os homens.
Sem dúvida, muitas vezes o pior inimigo de muitas mulheres é aquilo que habita nas suas próprias cabeças. E sim, se me fala das quotas de mulheres, estamos de acordo. Há uns tempos atrás não tinha esta posição, mas felizmente amadureci-a a tempo. Faz todo o sentido que haja equílibrio. No entanto, mesmo estando no poder, nem sempre elas têm voz. Ainda há uns tempos Ana Drago observou qualquer coisa do género na AR, disse que além de serem poucas, muitas delas nunca tinham abrido a boca para dizer coisa alguma. Não lhes conhecemos a voz nem as ideias. Quem é que as silencia?
Beijitos,

x-pressiongirl

whitesatin disse...

Um dia, LR, um dia...espero ainda vir a ver isso em vida. A minha esperança reside na constatação de que as mentalidades estão a evoluir mais rápidamente que há 100 anos ;D

Cumptos