uma pedra, depois outra, uma pedra maior, uma outra oval, uma pequenina pedra, e muitas diferentes. com elas fez uma pirâmide irregular. acendeu uma vela, para ter a luz que faltava naquele monte de pedras desordenadas. juntou um pouco de areia em busca da coerência. acendeu uma pequena fogueira com gravetos sem consistência de lareira. por vezes, pensava que tinha um farol, tantos eram os naufragos que procuravam a pálida luz.
e de repente, na incoerência da construção que era a sua vida, sentia o vazio da empreitada. e acendia outra vela, procurando um aroma conveniente, indolente. os novos naufragos chegavam sem-licença de marear, em busca de enormes orelhas e boca pequena, esquecida de fala própria. e neste faz e desfaz espaçado, o tempo não contava para nada, senão fugir-lhe debaixo dos pés.
1 comentário:
Adoro faróis, os outros!
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