sábado

o mal das pessoas calmas é que quando se emocionam com o que dizem, os olhos brilham mais, rola uma lágrima ou alguém lhes diz que estão a levantar a voz. as pessoas calmas passam a vida a camuflar as emoções e qual destranbelhado ao volante de um porshe desatam a humanizar-se pondo veemência no que sentem, naquilo que os outros entendem como agressividade. as pessoas calmas têm mil razões para não o serem, mas insistem que cada coisa tem o seu contrário e habitualmente refreiam os julgamentos. optam por coligir ditos alheios, factos avulsos, frases soltas e na calmaria do ser fazem um baú de questões que soltam justamente quando ninguém espera. as pessoas calmas são poços de contradições, com a grande vantagem de as águas serem tão límpidas que por mais profundo que seja o seu poço, qualquer um pode atravessar o amâgo das pessoas calmas. basta estar atento e, do alto da sua segurança, condescender com a insegurança das pessoas calmas. são traidas pela franqueza e não conseguem, pelo menos aparentemente, criar uma bolha de segurança onde se protejam das interações sociais. as pessoas calmas almejavam a ser budas ou madre teresas, mas são apenas seres de uma qualidade diferente. normalmente são boas pessoas

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