AS MULHERES TÊM TODAS UM PONTO DO CORPO, UM RECANTO DA CIDADE, UMA HORA DO DIA, QUE SÃO NELAS COMO QUE UMA PORTA SECRETA, PELA QUAL PODEM SAIR DE SI PRÓPRIAS, DA SUA TIMIDEZ, E PENETRAR EM TODA A ESPÉCIE DE LOUCURAS, GRAVES OU VENIAIS.[Erik Orsenna]
sábado
num mundo 'perfeito' elas não existiam
não me importava nada de ter postado o que ela escreveu: parábola sobre o que nos desvia afinal, nós, as que temos a mania dos feminismos - adoração aos gajos [só agora o li, leiam-no também... pois mas mais vale tarde ...que é sempre a tempo!]
O texto não passa de um conjunto de baboseiras, um amontoado de lugares-comuns, sem articulação. Nem sequer se percebe onde quer a autora chegar. Não consigo perceber, por exemplo, a falsa dicotomia entre «feminismo» e «adoração aos homens». Não estamos a falar de realidades que se possa comparar ou antagonizar. É possível uma mulher ser feminista, em qualquer sentido que se queira aplicar à palavra, e adorar homens. Não vejo a contradição (pelo contrário, este tipo de teses, levadas ao extremo, colocam as feministas como autênticas sapatonas...). A politização das relações amorosas, a colocação em confronto das «feministas» com «alguns homens», é a melhor desculpabilização pelos falhanços próprios. Porque não há relações entre «feministas» e «alguns homens»; há, sim, relações entre mulheres concretas e homens concretos. E os homens e mulheres concretas são mais complexos do que os sociólogos de pactotilha gostariam. Além de que este tipo de textos só são compreensíveis quando revelado o contexto - na tradição anglo-saxónica, por exemplo, esta conclusões para-sociológicas teriam de ser sustentadas em casos, vividos ou alheios. Assim, são jogos de palavras sem qualquer sentido.
certamente não lemos o mesmo post, como diriam os semiólogos. concordo que há homens e mulheres concretas/os e cada caso é um caso. o que a autora diz com ironia - como eu interpreto - é que o 'feminismo ideal' é o daquelas gajas que se acham muito independentes, adoram gajos, concedem que eles até ajudam em casa e por aí fora. além disso não ser uma atitude feminista, prova que o qualificativo 'ideal' é, esse sim, uma baboseira. não há nada de ideal, na vida. de resto, pode gostar-se de homens, de mulheres, e percepcionar que há uma imensa desigualdade política e social, a qual as diferenças intrínsecas dos géneros, das orientações, ou das opções, não justificam. não ter medo do feminismo e das feministas é o primeiro passo para a mudança que se impõe. e que acontecerá, nem que seja noutro século.
2 comentários:
O texto não passa de um conjunto de baboseiras, um amontoado de lugares-comuns, sem articulação. Nem sequer se percebe onde quer a autora chegar. Não consigo perceber, por exemplo, a falsa dicotomia entre «feminismo» e «adoração aos homens». Não estamos a falar de realidades que se possa comparar ou antagonizar. É possível uma mulher ser feminista, em qualquer sentido que se queira aplicar à palavra, e adorar homens. Não vejo a contradição (pelo contrário, este tipo de teses, levadas ao extremo, colocam as feministas como autênticas sapatonas...).
A politização das relações amorosas, a colocação em confronto das «feministas» com «alguns homens», é a melhor desculpabilização pelos falhanços próprios. Porque não há relações entre «feministas» e «alguns homens»; há, sim, relações entre mulheres concretas e homens concretos. E os homens e mulheres concretas são mais complexos do que os sociólogos de pactotilha gostariam.
Além de que este tipo de textos só são compreensíveis quando revelado o contexto - na tradição anglo-saxónica, por exemplo, esta conclusões para-sociológicas teriam de ser sustentadas em casos, vividos ou alheios. Assim, são jogos de palavras sem qualquer sentido.
certamente não lemos o mesmo post, como diriam os semiólogos. concordo que há homens e mulheres concretas/os e cada caso é um caso. o que a autora diz com ironia - como eu interpreto - é que o 'feminismo ideal' é o daquelas gajas que se acham muito independentes, adoram gajos, concedem que eles até ajudam em casa e por aí fora. além disso não ser uma atitude feminista, prova que o qualificativo 'ideal' é, esse sim, uma baboseira. não há nada de ideal, na vida. de resto, pode gostar-se de homens, de mulheres, e percepcionar que há uma imensa desigualdade política e social, a qual as diferenças intrínsecas dos géneros, das orientações, ou das opções, não justificam. não ter medo do feminismo e das feministas é o primeiro passo para a mudança que se impõe. e que acontecerá, nem que seja noutro século.
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