numa economia liberal, o estado não intervém, e sobretudo não intervém no mundo financeiro, esse ex-libris do capitalismo, perdão, do liberalismo. o mercado deve funcionar por si (excepção consentida, mas nunca admitida, nas conveniências de contratos públicos). só que alguém fez mal os cálculos e o sistema bancário ameaça ruir...
a 'garrafa de oxigênio' da administração bush não foi liberada para o socorro aos falhados do sistema: congresso norte-americano chumba plano paulson
justifica-se tanto pânico? talvez. o sistema bancário europeu está muito exposto - e as taxas de juro vão continuar a subir. todos pagaremos, mas para os que têm pouco ou nada, talvez não haja muito a perder. finalmente?
P.s. - o melhor blog para perceber tecnicamente o que se passa: http://vistodaeconomia.blogspot.com/
AS MULHERES TÊM TODAS UM PONTO DO CORPO, UM RECANTO DA CIDADE, UMA HORA DO DIA, QUE SÃO NELAS COMO QUE UMA PORTA SECRETA, PELA QUAL PODEM SAIR DE SI PRÓPRIAS, DA SUA TIMIDEZ, E PENETRAR EM TODA A ESPÉCIE DE LOUCURAS, GRAVES OU VENIAIS.[Erik Orsenna]
terça-feira
o mundo nunca mais será o mesmo
Cientistas definem número primo com 13 milhões de dígitos
sim, há notícias que não deixam 'pedra sobre pedra"
sim, há notícias que não deixam 'pedra sobre pedra"
segunda-feira
catalão, 40 anos, guapo
"digo que escrevo, pinto, dirijo, faço fotos... o verbo ser utilizo-o para actor: sou actor"
um tipo que faz um filme chamado "no me importaría irme contigo" só pode ser um provocador . além disso, é artista!?
não o tenho na memória de fitas, mas a reportagem sobre ele, na Citizen K, lava as vistas: clooney bem pode acenar com um expresso, mas é com Jordi Mollà que 'non somos nadie'...
domingo
viva o luxo
custa um euro (!), tem 346 páginas e uma qualidade de imagem, texto e impressão absolutamente incríveis. apresenta toda a publicidade própria das revistas 'femininas', mais os anúncios que marcam, como o do novo perfume de jean paule gautier - maDame. o conteúdo é uma surpresa: artigos bem feitos, entrevistas reveladoras, temas vanguardistas, secções criativas.
em ícone, charlotte rampling entrevistada a propósito de seis novos filmes aos 62 anos:
"a distância que guardo com tudo e com todos é a minha maneira de sobreviver"
"a partir dos 40 anos tem-se o rosto e o corpo que se merece: ter complexos ou transformar o nosso físico são sempre esforços em vão"
em talento, adrian tomine, autor de culto e ilustrador de the new yorker ou the new york times magazine...
cada número de CITIZEN K vale para uma estação. este, outoño 2008, até tem uma capa fraquinha... mas o que me desgosta é saber que em portugal ninguém é capaz de fazer uma revista assim:
"CITIZEN K EST UNE INVITATION. Il propose un luxe assumé et ludique, loin de tout snobisme ou posture, grâce à un regard complice. Citizen K fait valoir que le luxe est un art de vivre aux multiples aspects, accessible à tous ceux qui éprouvent un intérêt pour le sujet, et pas seulement aux fashion victims."
em ícone, charlotte rampling entrevistada a propósito de seis novos filmes aos 62 anos:
"a distância que guardo com tudo e com todos é a minha maneira de sobreviver"
"a partir dos 40 anos tem-se o rosto e o corpo que se merece: ter complexos ou transformar o nosso físico são sempre esforços em vão"
em talento, adrian tomine, autor de culto e ilustrador de the new yorker ou the new york times magazine...
cada número de CITIZEN K vale para uma estação. este, outoño 2008, até tem uma capa fraquinha... mas o que me desgosta é saber que em portugal ninguém é capaz de fazer uma revista assim:
"CITIZEN K EST UNE INVITATION. Il propose un luxe assumé et ludique, loin de tout snobisme ou posture, grâce à un regard complice. Citizen K fait valoir que le luxe est un art de vivre aux multiples aspects, accessible à tous ceux qui éprouvent un intérêt pour le sujet, et pas seulement aux fashion victims."
sábado
terça-feira
economês, outra vez
há uns anos fiz esta pequena nota sobre um nicho de mercado que começava a ser explorado. cá, só livrarias abriram secções para estes públicos.
também já há agências de comunicação - que trabalham para empresas, marcas, instituições - mais atentas à blogosfera. este meio, reconheçámos, é um fantástico disseminador. os bons consultores de comunicação têm apurado sentido de negócio - o da influência. no entanto, nem sempre tentam ou conseguem convencer os seus clientes das potencialidade dos nichos de mercado. entre estes há os dink (double income, no kids): casais com grande poder de compra, e tão hedonistas como workaholics. muitos dink são gays, lésbicas, etc.. ignorar ou desprezar o potencial deste mercado não é muito inteligente.
também já há agências de comunicação - que trabalham para empresas, marcas, instituições - mais atentas à blogosfera. este meio, reconheçámos, é um fantástico disseminador. os bons consultores de comunicação têm apurado sentido de negócio - o da influência. no entanto, nem sempre tentam ou conseguem convencer os seus clientes das potencialidade dos nichos de mercado. entre estes há os dink (double income, no kids): casais com grande poder de compra, e tão hedonistas como workaholics. muitos dink são gays, lésbicas, etc.. ignorar ou desprezar o potencial deste mercado não é muito inteligente.
agora, duas consultoras de uma imobiliária resolvem focar-se no público lgbt. não sei se é exercício de cidadania, se sentido de oportunidade, mas parece-me um achado.
segunda-feira
24h em economês
um centenário banco de investimento dos EUA, Lehman Brothers, entra em falência... e pode arrastar o mundo para uma crise como a de 1929
o Bank of América consolida a posição de maior banco de consumo e compra a Merrill Lynch, número um mundial de corretagem...
a maior companhia aérea da Europa, Lufthansa, continua às compras e adquire a Brussels Airlines...
o terceiro maior operador turistico britânico, XL Leisure Group, entra em falência e deixa em terra milhares de passageiros...
é o mercado, estúpido.
o Bank of América consolida a posição de maior banco de consumo e compra a Merrill Lynch, número um mundial de corretagem...
a maior companhia aérea da Europa, Lufthansa, continua às compras e adquire a Brussels Airlines...
o terceiro maior operador turistico britânico, XL Leisure Group, entra em falência e deixa em terra milhares de passageiros...
é o mercado, estúpido.
talvez a notícia de bob geldorf estar a apostar num peacechannel.tv - que incentiva ao jornalismo de cidadania - nos faça ter algum orgulho na 'espécie humana'. tipos genuínos como ele são uma benção, enquanto o sacrossanto capitalismo financeiro estrebucha.
ADENDA 16/09
e é só o começo: a falência do Lehman Brothers, quarto maior banco norte-americano, arrasta as bolsas e faz disparar a Euribor - as prestações de compra de casa vão subir; entretanto, a AIG, terceira maior seguradora mundial, também norte-americana, anda desesperadamente à procura de financiadores; e o colapso da AIG pode ser um problema ainda bem maior...
quinta-feira
dez do nove
a frase vem da infância, o sítio das coisas sensíveis: vivendo e aprendendo. e assim, ao fim de um dia extenuante, alucinado, dou comigo imensamente feliz. há coisas que não têm explicação.
domingo
o medo
volta ao sítio onde nunca estivera
pressiona o peito, muito, apertado
faz o pensamento vaguear,
lento, lento, rarefeito
aquece e arrefece o corpo, mole
mói, dói e desconstrói
pressiona o peito, muito, apertado
faz o pensamento vaguear,
lento, lento, rarefeito
aquece e arrefece o corpo, mole
mói, dói e desconstrói
sexta-feira
estranha tranquilidade
não há como a normalidade das aparências para pôr a nú a consciência de que algo, que desconhecemos, nos provoca medo
quinta-feira
quarta-feira
(des)concertos
aimée mann, nouvelle vague, cansei de ser sexy, omara portuondo, juliette greco... à vez, cada um destes, entre outros, está em concerto em lisboa, entre outubro e novembro. e há uma miúda muito interessante chamada nneka.
e até josé mário branco - há quanto tempo? - volta aos palcos para "mudar de vida" - é do que a gente anda a precisar, não é?
e até josé mário branco - há quanto tempo? - volta aos palcos para "mudar de vida" - é do que a gente anda a precisar, não é?
segunda-feira
amar não existe no infinito*
há muitos anos, um 'chato' chamado roland barthes escreveu uma catrefada de livros que tive de ler. a digestão dessa 'literatura', penosa para a maior parte dos meus colegas, foi uma animada descoberta pessoal: nunca lamentei a semiótica. pelo caminho, perdi o velho exemplar dos "fragmentos de um discurso amoroso" (*) que, como outros manuais, estava sublinhado a todas as cores e anotado em todas as margens.
agora tenho um exemplar novo, para voltar a sublinhar. penso que se barthes não tivesse morrido, há uns anos, de forma tão parva, podia reescrever os "fragmentos" à luz de tanta coisa que surgiu entretanto: a net, os sms, as comunidades virtuais. a essência seria a mesma.
agora tenho um exemplar novo, para voltar a sublinhar. penso que se barthes não tivesse morrido, há uns anos, de forma tão parva, podia reescrever os "fragmentos" à luz de tanta coisa que surgiu entretanto: a net, os sms, as comunidades virtuais. a essência seria a mesma.
[é preciso passar muito tempo sobre as coisas para as pormos em perspectiva. não que a perpectiva em que as pomos seja mais lúcida depois desse tempo. talvez só mais tranquila.]
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