terça-feira

o mundo nunca mais será o mesmo?

numa economia liberal, o estado não intervém, e sobretudo não intervém no mundo financeiro, esse ex-libris do capitalismo, perdão, do liberalismo. o mercado deve funcionar por si (excepção consentida, mas nunca admitida, nas conveniências de contratos públicos). só que alguém fez mal os cálculos e o sistema bancário ameaça ruir...
a 'garrafa de oxigênio' da administração bush não foi liberada para o socorro aos falhados do sistema: congresso norte-americano chumba plano paulson
justifica-se
tanto pânico? talvez. o sistema bancário europeu está muito exposto - e as taxas de juro vão continuar a subir. todos pagaremos, mas para os que têm pouco ou nada, talvez não haja muito a perder. finalmente?


P.s. - o melhor blog para perceber tecnicamente o que se passa: http://vistodaeconomia.blogspot.com/

o mundo nunca mais será o mesmo

Cientistas definem número primo com 13 milhões de dígitos

sim, há notícias que não deixam 'pedra sobre pedra"

segunda-feira

catalão, 40 anos, guapo


"digo que escrevo, pinto, dirijo, faço fotos... o verbo ser utilizo-o para actor: sou actor"

um tipo que faz um filme chamado "no me importaría irme contigo" só pode ser um provocador . além disso, é artista!?

não o tenho na memória de fitas, mas a reportagem sobre ele, na Citizen K, lava as vistas: clooney bem pode acenar com um expresso, mas é com Jordi Mollà que 'non somos nadie'...

domingo

viva o luxo

custa um euro (!), tem 346 páginas e uma qualidade de imagem, texto e impressão absolutamente incríveis. apresenta toda a publicidade própria das revistas 'femininas', mais os anúncios que marcam, como o do novo perfume de jean paule gautier - maDame. o conteúdo é uma surpresa: artigos bem feitos, entrevistas reveladoras, temas vanguardistas, secções criativas.
em ícone, charlotte rampling entrevistada a propósito de seis novos filmes aos 62 anos:
"a distância que guardo com tudo e com todos é a minha maneira de sobreviver"
"a partir dos 40 anos tem-se o rosto e o corpo que se merece: ter complexos ou transformar o nosso físico são sempre esforços em vão"
em talento, adrian tomine, autor de culto e ilustrador de the new yorker ou the new york times magazine...
cada número de CITIZEN K vale para uma estação. este, outoño 2008, até tem uma capa fraquinha... mas o que me desgosta é saber que em portugal ninguém é capaz de fazer uma revista assim:
"CITIZEN K EST UNE INVITATION. Il propose un luxe assumé et ludique, loin de tout snobisme ou posture, grâce à un regard complice. Citizen K fait valoir que le luxe est un art de vivre aux multiples aspects, accessible à tous ceux qui éprouvent un intérêt pour le sujet, et pas seulement aux fashion victims."

terça-feira

economês, outra vez

há uns anos fiz esta pequena nota sobre um nicho de mercado que começava a ser explorado. cá, só livrarias abriram secções para estes públicos.

também já há agências de comunicação - que trabalham para empresas, marcas, instituições - mais atentas à blogosfera. este meio, reconheçámos, é um fantástico disseminador. os bons consultores de comunicação têm apurado sentido de negócio - o da influência. no entanto, nem sempre tentam ou conseguem convencer os seus clientes das potencialidade dos nichos de mercado. entre estes há os dink (double income, no kids): casais com grande poder de compra, e tão hedonistas como workaholics. muitos dink são gays, lésbicas, etc.. ignorar ou desprezar o potencial deste mercado não é muito inteligente.

agora, duas consultoras de uma imobiliária resolvem focar-se no público lgbt. não sei se é exercício de cidadania, se sentido de oportunidade, mas parece-me um achado.

segunda-feira

24h em economês

um centenário banco de investimento dos EUA, Lehman Brothers, entra em falência... e pode arrastar o mundo para uma crise como a de 1929
o Bank of América consolida a posição de maior banco de consumo e compra a Merrill Lynch, número um mundial de corretagem...
a maior companhia aérea da Europa, Lufthansa, continua às compras e adquire a Brussels Airlines...
o terceiro maior operador turistico britânico, XL Leisure Group, entra em falência e deixa em terra milhares de passageiros...
é o mercado, estúpido.

talvez a notícia de bob geldorf estar a apostar num peacechannel.tv - que incentiva ao jornalismo de cidadania - nos faça ter algum orgulho na 'espécie humana'. tipos genuínos como ele são uma benção, enquanto o sacrossanto capitalismo financeiro estrebucha.

ADENDA 16/09
e é só o começo: a falência do Lehman Brothers, quarto maior banco norte-americano, arrasta as bolsas e faz disparar a Euribor - as prestações de compra de casa vão subir; entretanto, a AIG, terceira maior seguradora mundial, também norte-americana, anda desesperadamente à procura de financiadores; e o colapso da AIG pode ser um problema ainda bem maior...

quinta-feira

dez do nove

a frase vem da infância, o sítio das coisas sensíveis: vivendo e aprendendo. e assim, ao fim de um dia extenuante, alucinado, dou comigo imensamente feliz. há coisas que não têm explicação.

domingo

o medo

volta ao sítio onde nunca estivera
pressiona o peito, muito, apertado
faz o pensamento vaguear,
lento, lento, rarefeito
aquece e arrefece o corpo, mole
mói, dói e desconstrói

sexta-feira

estranha tranquilidade

não há como a normalidade das aparências para pôr a nú a consciência de que algo, que desconhecemos, nos provoca medo

quinta-feira

s***



sensível à sedutora sensibilidade do... mupi

[intimissimi tivera já uma
campanha genial]

she's back

donna summer



antes que o verão se vá, eis que a senhora reaparece em crayons

quarta-feira

(des)concertos

aimée mann, nouvelle vague, cansei de ser sexy, omara portuondo, juliette greco... à vez, cada um destes, entre outros, está em concerto em lisboa, entre outubro e novembro. e há uma miúda muito interessante chamada nneka.

e até josé mário branco - há quanto tempo? - volta aos palcos para "mudar de vida" - é do que a gente anda a precisar, não é?

segunda-feira

amar não existe no infinito*

há muitos anos, um 'chato' chamado roland barthes escreveu uma catrefada de livros que tive de ler. a digestão dessa 'literatura', penosa para a maior parte dos meus colegas, foi uma animada descoberta pessoal: nunca lamentei a semiótica. pelo caminho, perdi o velho exemplar dos "fragmentos de um discurso amoroso" (*) que, como outros manuais, estava sublinhado a todas as cores e anotado em todas as margens.

agora tenho um exemplar novo, para voltar a sublinhar. penso que se barthes não tivesse morrido, há uns anos, de forma tão parva, podia reescrever os "fragmentos" à luz de tanta coisa que surgiu entretanto: a net, os sms, as comunidades virtuais. a essência seria a mesma.

[é preciso passar muito tempo sobre as coisas para as pormos em perspectiva. não que a perpectiva em que as pomos seja mais lúcida depois desse tempo. talvez só mais tranquila.]