as gentes da dita região saloia não têm culpa por serem usadas na expressão.
há saloios a mais em lisboa na esquerda.caviar.djambé.pensadora.
quase sempre aos pares, um saloio seguido de uma saloia. no instante posterior a ele perorar (reconheçamos toda uma problemática identitária...) ela abana a cabecinha como aqueles cães de porcelana sobre colcha de renda a decorar o porta-bagagens dos automóveis. pode ser o abanar da cabecinha, pode ser a repetir a frase de trás para a frente, a salivar a mensagem no mesmo tom arrogante.
com este personagem se cozinha a nossa sociedadezinha civil, pequenina, persporrenta, convencida, autoritária.
e assim cultiva estatuto nas múltiplas nano-micro-associações .
discutem, estes ativistas, questões de uma essencialismo absoluto, onde tentam como gatos ensacados trepar o protagonismo, como se disso dependesse a sua sobrevivência.
discutem coisas tão seletas como o quão perigoso e errado é chamar apenas marcha, a uma marcha que o é de nome e de história, e onde querem injetar à força toda o sentido de manifestação - ainda que todos os anos se arrisquem reduzir o evento ao grupo de amigos com quem têm converseta de café; abusam dos anglicismos pois é muito mais culto e respeitável, já que a língua portuguesa é (cheia de) pobre (de espírito); impõem sem cerimónia os únicos pre-conceitos toleráveis, os do se grupo que não representa senão eles mesmos; com esta superlativa autosuficiência autista, assumem ser as cabeças pensantes de não um, não dois, mas três, quatro, cinco supostas organizações políticas, cada uma das quais não consegue juntar cinco pessoas.
nunca me esquecerei da desfaçatez com que uma destas ativistas, um dia, disse sem pudor: "qualquer dia não tenho braços para levar todas as bandeiras dos movimentos que represento".
então, cadê os outros? ps - o pior mesmo são estas mulheres que se comportam sempre como nº2.
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