sexta-feira

lua nova

gostar é simples, descomprometido, gostoso, malvado. havia umas escadas que trepamos de mão dada. fomos dar a um sítio escuro e vazio que enchemos com pressa. exteriorizamos a pele, com os trapos para o chão. não estava frio, nem dia, ainda não era verão. não foi brusco, nem suave aquele abraço em que nos mergulhámos. um beijo longo espalhou-se com sofreguidão. humedecemos para lá dos lábios juntos e logo ali me tomaste inteira. tentei não machucar a frágil textura do teu corpo. em cada milímetro da tua pele deslizava o meu desejo. eu não sabia como te tomar. nunca sei. nesse preciso instante, desliguei o complexómetro e entrei em comando remoto. algures afrodite havia de me guiar. tudo o que se passou depois surtiu efeito. suor, músculos, insónia e aconchego. um disparate de fluidos e gestos sem plafond. e cada vez que me lembro de ti, oscilo. entre a ternura da delicada figura e a dimensão do rombo no meu coração.

1 comentário:

Anónimo disse...

eu estivesse nesse sítio...
acredite.

bye.