quinta-feira

resp/ a anúncio

nenhuma paixão se procura,
simplesmente ...tropeça-se nela.

às vezes, cai-se - pode até doer;
outras, alguém nos deita a mão.
a sobrevivência está sempre garantida.

terça-feira

anúncio

procura-se paixão
mesmo sem sentido,
se possível correspondida.

quarta-feira

Leonor C.

era nestas alturas que eu gostava de ter fé. aquela que redime das falhas e dá esperança de podermos emendar com meia dúzia de orações.

acreditar que nem tudo foi em vão, que faz algum sentido, e que assim é certamente melhor. não é!

admitir que uma entidade superior está algures a pôr e dispor do nosso destino, pobres mortais, com uma benevolência que não percebemos.

pensar que podia ser budista e suportar a dor, e consolar os outros. e sobretudo não estranhar como a morte chega de repente, insólita, cruel e injusta, nas situações menos esperadas, para provocar um choque emocional capaz de pôr em blackout toda a luz do natal.

sentir que ninguém parte realmente, simplesmente desaparece da nossa vista, e ficam as memórias, cada vez mais ténues, é certo - à distância de um telefonema que estamos proibidas de fazer.

tenho a certeza de que eras uma pessoa justa e boa, linda e doce... e que nos encontrámos tantos anos, sempre tão cedo... numa fase em que tinhas apenas uma sensaçao forte de que o mundo era injusto.
e é mesmo. e muito!

[2007 ia ser o teu grande ano,... nem sabes como!]

presidente 'exclusivo'

o senhor presidente da república está a fazer um roteiro para a inclusão.
já visitou deficientes físicos, deficientes mentais, velhinhos e crianças.
da próxima, as visitas são para os homossexuais, lésbicas, trans; mendigos, arrumadores de carros, 'agarrados' e empresários da economia paralela... ou há razões para serem excluidos?
bem vistas as coisas, ainda precisa de mais umas quantas etapas...!

segunda-feira

intuição (5)

e
os blogs. um, dois, três...
lá diz a time que este foi o ano dos que vivem com/na internet.
não é melhor, nem pior assim - é apenas diferente.
na escola, na paródia, no meu canto, às vezes vale a pena estar neste mundo. outras, nem por isso.

intuição (4)

e as viagens!... deram para tudo: Paris, Berlim, Gijon, Santander, Oviedo, Pequim, Shangai, Nova Iorque, Estocolmo e sempre o retorno à acolhedora Lisboa.
só me falta descobrir o sentido intrínseco deste roteiro exclusivo.
basta-me que 2007 seja igualmente casuístico.
poderá ser melhor - justamente naquilo em que (neste) falhei.

intuição (3)

no deve e haver confirma-se a falta de memória (?) para ano tão memorável como este. com alguns desapontamentos, tristezas várias e outros pesares - sim...
falei com mulheres encantadoras e fascinantes - GV,IP, AV, TR, GM...
com cérebros do business: KJ, CP, EdB,CH e PK...
não rebentou nenhuma guerra mundial, nem sequer na Europa...
os glaciares ainda não derreteram
vi filmes impossíveis de ignorar e li coisas que só fazem bem
retomei amizades e aprofundei laços
até que, inesperadamente, praia de São João desapareceu.
quer dizer alguma coisa...?

intuição (2)

do natal, esse 'evento' que concentra quase todo o mundo por estes dias, podia dizer que "passo!"
[dispensava-o bem, não se impusesse ele pelas contingências...]
há muitos anos, trabalhar no natal era-me tão comum como levantar cedo ou deitar muito tarde: em tudo era mais simples gerir o quotidiano.
são dias pré-festivos com uma enorme concentração de coisas detestáveis: compras e mais compras, consumos, correrias, excessos vários, sorrisos forçados, troca de presentes protocolares, almoços e jantares de empresa, muito amigo-secreto, traje imposto a preceito (collants, sapato alto e maquilhagem), chuva a rodos, gripes que atacam, o supérfulo, a solidão, as memórias, o protocolo, e a miséria impotente.
tudo, num cenário de muitas luzes, a acender e a apagar, com uma playlist universal de sinos e trenós, sempre nos mesmos acordes...

intuição (1)

há qualquer coisa de tendencialmente depressivo em não perceber os sinais.

domingo

enCantam (3)



marlango - automatic imperfection*

*alegria melancólica do estio

sábado

momentos de um dia feliz*

uma das mulheres que mais admiro, senhora de uma obra me embevece e nos enobrece, apareceu hoje à minha frente. trazia a simpatia mais desarmante do mundo... - e se eu tinha sido insistente!
havia pouco tempo disponível. aguentou a sessão fotográfica com um sorriso suave e uma humildade terrena. depois, conversámos (?) sentadas num banco (não me lembro de outra situação onde tenha tido tanta lentidão em reagir, fazendo sair as perguntas...)
há coisas que não se explicam. assim funciona a arte. é a intuição, o instinto, ou outra entidade qualquer, que nos leva a reconhecermos o humanamente belo, mesmo no meio do dramático mundo. é isso que ela faz como ninguém.
"os olhos dizem tudo de uma pessoa" - não são só o espelho da alma, mas do que somos, do que pensamos, do que sentimos. essa mulher sabe ler nos olhos.
obrigada, Graça .

[* daqueles em que até pagávamos para fazer um trabalho; é raro, mas acontece(u)]

quarta-feira

sabe que ainda existe a lapidação?

apenas uma, entre tantas formas de condenação à morte - islâmica, no caso.
no irão há um grupo de sete mulheres que o estado religioso julga no direito de aniquilar à pedrada.
parece que podemos tentar impedir... assinando aqui

aborto (6)...

...ou como é bom descansarmos a consciência com as maiorias...

isto a propósito da informação que faz hoje a manchete do JN:
Cerca de 350 mil portuguesas entre os 18 e os 49 anos fizeram pelo menos um aborto ilegal. E, dessas interrupções voluntárias de gravidez, quase três quartos aconteceram até às dez semanas de gravidez, o que significa que a alteração da legislação que vai ser sujeita a referendo no dia 11 de Fevereiro conferiria um carácter de legalidade a mais de 260 mil delas

- os 28% restantes (?!) não interessam nada. aliás, um dia depois das dez semanas faz toda a diferença!
[SIM, não há alternativa ao voto]

mulheres & liderança

é o tema de capa da edição europeia da revista Newsweek, que reporta os percursos de quinze mulheres de poder nos mais variados domínios... o nome dado a este dossiê é elucidativo: liderança para o século XXI.

enCantam (2)



the stranglers, always the sun

terça-feira

galeria de heróis (I)

a história vende-nos uma panóplia de heróis instituidos, estudados até à exaustão, venerados em capelinhas, omnipresentes.
há depois os heróis que nos marcam e não fazem a história oficial: aquela personagem de um livro que nos apaixonou, uma pessoa que conhecemos e irradia um magnetismo próprio, o professor que cativa os alunos para as matérias mais 'seca', as figuras que abriram caminho ao futuro, à custa de verem fecharem-se-lhes tantas portas, como as sufragistas...
e, é nesta colecção de heróis que está spartacus, o líder dos escravos que se rebelou contra roma (a.c.). spartacus, o gladiador trácio. li a história dele vezes sem conta e nunca entendi porque era ignorado nas aulas sobre a antiguidade clássica.
pensando melhor: ele não é um clássico da antiguidade.
é alguém intemporal, que rompe barreiras, um pouco fruto das circunstâncias que molda segundo o seu sentido ético, pensando numa comunidade maior que o seu umbigo. isso obviamente não garante qualquer lugar na história oficial. mas, desta, quem é que quer saber!?

[a propósito de ter passado na tevê um documentário sobre spartacus].

grito, faz anos



[O Grito, de Edvard Munch, no aniversário do pintor]

domingo

fácil de entender*

tudo. porque são a melhor banda portuguesa em palco. um culto com seguidores fiéis - ou se ama ou se ignora. porque têm um som forte, a voz da sónia e instrumentos improváveis - como o xilofone ou a arpa.
assim deram um grande concerto, que repetem este domingo.


the gift - absolute beginners (um brinde final)

*Fácil de Entender
Talvez por não saber falar de cor, imaginei. Talvez por não saber o que será melhor, aproximei. "O meu corpo é o teu corpo, o desejo entregue a nós". Sei lá eu que queres dizer... Despedir-me de ti, adeus um dia voltarei a ser feliz... Talvez por não saber falar de cor, aproximei... Triste é o virar de costas o último adeus, sabe Deus o que quero dizer. Obrigado por saberes cuidar de mim, tratar de mim, lhar para mim, escutar quem sou... E se ao menos tudo fosse igual a ti.Eu já não sei se sei o que é sentir o teu amor, já não sei se sei o que é sentir. Se por falar falei, pensei que se falasse era mais fácil de entender...É o amor que chega ao fim, um final assim assim é mais fácil de entender...


[apeada de companhia, com enorme constipação e mal-estar geral, lá fui. .. é o que dá ser straight]

sábado

me enCantam (1)



woman, por neneh cherry

aborto (5)

nem é um blog das minhas visitas, mas este post é mesmo ler!

[abortar: é muito difícil uma mulher tomar essa opção; é a pior das escolhas, o mais doloroso dos desenlaces, o sofrimento em último grau; normalmente ele sugere-a, tenta impô-la, ... porque é a maneira simples e airosa de resolver um problema. ela pensa sempre que a solução 'de um problema' não pode ser um outro problema - a menos que não haja escolha.]

a 'riqueza' não chega


devo acreditar que algo muda(rá)?

sexta-feira

fronteiras da blogosfera

fascinante na blogosfera é mesmo a natureza humana. o que se expõe, o que se omite, o que se descobre, o que é demasiadas vezes anónimo. e podia não sê-lo. provavelmente, este meio seria um pouco mais revolucionário. um dia chegará em que qualquer ente assume uma identidade sem fronteiras. se o mundo não acabar antes.
é isso: gostava mesmo de entender a fronteira vigente entre o anonimato parcial e exibicionismo total.

entretanto, pela curiosidade, descobrem-se blogs que se acrescentam à lista visitada quando o tempo consente - como este, com posts que dão que pensar.

terça-feira

aborto (4)

pode a televisão cheirar a mofo?

... pensava que a televisão não podia ter cheiro, pelo menos para já!
enganei-me. estava a passar o telejornal da tvi e lá ouvi o anúncio de uma 'grande reportagem' (sic! apesar de inacreditável...) sobre mulheres que eram mães depois dos 43 anos!
o assunto, pensei..., é interessante e a reportagem é... grande! pelo caminho tive de gramar a audição de uma meia dúzia de peças avulsas sobre outras coisas... até que chegou a reportagem sobre a apresentação do 'moderno' movimento 'não, obrigada' (?) ao referendo sobre ivg. logo depois surge, justamente, a tal 'gr' sobre duas mulheres que foram mães depois dos 40 (tudo num alinhamento casual!): uma, teve filhos ao longo de 20 anos, num total de 8, e obviamente a reportagem não lhe perguntou se pertencia à opus dei... e a bibá pita, que desistiu de ser não sei o quê de sonho para fazer a sua quinta cesariana, e cometeu a proeza de não fumar nem beber durante a gravidez!
de repente, a tvi tinha simultaneamente cheiro - a bafio, por causa da beatice da conferência de imprensa do 'não, obrigada' (em trabalho, acompanhei-os no anterior referendo, sei do que falo)- e mostrava um cenário apocalítico de exibicionismo masoquista. arre! e ainda dizem que a igreja já vendeu a tvi...

nota: nada tenho contra ser mãe depois dos 40. obviamente!
qualquer mulher que pense só pela sua cabeça, sem outros intuitos, sabe que o aborto é sempre um último recurso, extremo e desesperado, para encontrar uma saída para 'um problema' de decisão dificílima! é por isso que esse é um assunto absolutamente privado e de saúde pública. o que está em causa é só saber se a hipocrisia vigente (sobretudo porque mete tribunais ao barulho) passa a ser delimitada no tempo para lá das dez semanas...

cat power, good woman




janis joplin encarnou em chan (charlyn marie) marshall?
fica a dúvida depois do show na aula magna de lisboa (repete esta terça à noite no porto)

segunda-feira

jogo de espelhos

o documentário/reportagem exibido dia 1 de Dezembro na rtp1 sobre o 'caso gisberta' repete hoje na rtp áfrica às 21:19 . hipótese para ver e provavelmente concluir que falta justiça para a vítima... - o mundo nunca é a preto e branco.

domingo

a conselheira

atrás de um homem de sucesso, há sempre uma grande mulher... mas, e detrás de uma grande mulher?...há outra grande mulher, seguramente.

Ségolène Royal, candidata à presidência de França em 2007 conta, por exemplo, com Sophie Bouchet-Petersen - ex-trotskista e sua principal conselheira no governo da região, autora dos seus discursos, inventora da proposta de "democracia participativa" que Mme Royal introduziu na política francesa. já houve quem dissesse que numa maioria presidencial Royal, Sophie poderia liderar o governo...

sábado

a rapariga de kiev

conhecia-lhe o nome e vaga referência como modelo-actriz... nem me lembro de a ver numa fita. é pois surpreendente escutá-la (don't fade away)na compilação dedicada a "mulheres liberadas" - elle rebelle, da Wagram Music (2006). milla fez, aos 18, um disco com canções que escrevera aos 16 anos: "the divine comedy" (1994)

aqui ao vivo em "the alien song"

sexta-feira

dos aniversários

raramente me esqueço de datas, das que interess1m. se esta é a regra, há excepções. queria falar à Margarida M. pelo aniversário, e não sabia a data! afinal, foi na terça, curiosamente no mesmo dia em que a Cláudia M. faria anos, mas aconteceu aquela tragédia incrível, que sacudiu os amigos e conhecidos, e só me lembro de ter sentido as emoções truciddadas. fui ver como se faz o aço. percebi que a resistência às altas temperaturas e ao impacto da energia precisa sempre de um banho de água fresca. mais: há mulheres mergulhadas nesse mundo de terra e fogo que domina a resistência aos impactos da matéria e que, mesmo assim, sorriem e continuam belas no meio de tanto calor.

[há também datas que não se esquecem mas se omitem. este blog nasceu há um ano e uma semana: nada importante].

aviso à navegação

"jogo de espelhos" é um documentário que passa hoje pelas 22h30 na rtp um, sobre um dos casos mais mediáticos e controversos dos últimos tempos [caso Gisberta, etc.] renovo o alerta para que se veja um trabalho de reportagem humano e profissionalmente digno.

le féminin d'affaires & de seduction



«Je» est le premier féminin d'information et de séduction des femmes d'affaires. Cinq rubriques constituent ce magazine : l'Art d'entreprendre, l'Art de connaître, l'Art de vivre, l'Art de plaire et l'Art d'être. «Je», un titre de caractère, impliqué, intelligent, libre à l'image de ses créateurs, duo formé par Catherine Malpas, directrice de la rédaction et Philippe Dayan, rédacteur en chef.

é assim que é descrita num blog uma nova revista, ainda sem site, lançada ontem em frança; é bimensal, ao preço de 5 euros. bom papel, boa impressão, boa imagem, virada para tendências, tem pouco a ver com as tradicionais revistas femininas. um projecto a descobrir...