segunda-feira

o rei do mundo

o medo encontrou-se com o servo da justiça e perguntou-lhe o que queria.
não levas nada de mim, desaparece.
o servo da justiça respondeu que só reclamava o que lhe era devido.
o medo entrou em pánico e desatou a estrebuchar sem sentido.
a justiça lembrou que mesmo um vadio merece a mais elementar boa educação, apenas um pingo de atenção. e não era o caso.
o medo espalhafatou de telefone em riste: acudam-me, que fui apanhado em falso. e bato o pé, bato o pé, porque sim. e eu é que sou o rei do mundo!


e é verdade: o medo é o rei do mundo, tem a consciência pesada e as digestões difíceis. alimenta-se da culpa - real ou imaginada - e tolhe-se se alguém não desvia o olhar. o medo comanda a vida sem sentido.
no meio desse exército de seres aloucados, perder presumíveis amigos é uma benção.
mesmo quando não se faz a justiça toda, alguma coragem, bastante discernimento e q.b. de bom senso pode fazer alguma. para os crédulos, há sempre a justiça dos homens. e o universo encarrega-se do resto.

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