domingo

objectos de culto

há tempos que queria escrever sobre eles. não mudam com os anos. são poucos. permanentes. coerentes.
os meus 'objectos de culto' fazem-me perder a cabeça na proporção directa da acessibilidade financeira. que é limitada, contingencial.
budas, pequenos de preferência.
espanta-espíritos, de som madeirado.
ampulhetas, de todos os calibres.
caixas de música, escassas porque caras.
linhos, raros e despojados.
frutas suculentas, vermelhas, marfim, estranhas
plantas, pedras, madeiras... conchas do mar
e livros, muitos livros, tantos livros! traiem-me com a sensação de que nunca os lerei todos. mas preciso deles perto de mim. não necessariamente best-sellers, nem nobels, nem os clássicos. os que fazem o meu caminho, os autores do coração, as histórias que marcam os dias, os estilos de escrita que ensinam a perceber melhor a vida.
pegar num livro, naquele livro preciso, e visitar aquela frase, perceber que se fez luz e foi simples compreender.
não compreender é que é incompreensível. sempre foi. nunca deixará de ser.

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