acontece. um rosto, primeiro. um sorriso, um olhar.
depois a imagem que não sai da cabeça. quase obsessão. instala-se lentamente e toma conta de tudo o que fazemos. olha-se o infinito e a imagem está lá. olha-se o próximo e a imagem impõe-se: o rosto, o sorriso, o olhar.
é o formato da paranóia ou da paixão?
o tempo confirma. querer tudo, não ter nada. é quando se sente o alçapão que ameaça tragar-nos. os sonhos tornam-se mais turbulentos, os dias inquietos. temos medo do que as palavras deixam escapar. há o risco sério de auto-traição, como se fosse possível um hara-kiri de afectos.
e a imagem sempre lá. subitamente ou não tanto, surge o corpo: é preciso saber tudo sobre. a obsessão cresce e a vida sente-se terminal. nada nos sacia a distância.
o poeta dizia: "é urgente o amor".
como se sobrevive a esse naufrágio emocional?
[valem-nos as perguntas retóricas]
1 comentário:
naufraga-se.
talvez se vá vá parar a uma ilha, que prenda ao chão.
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