terça-feira

final (15)

21 dias. tempo para reverter um vício. voltarei à dra. porque me faltam os químicos. espero os serviços mínimos de justiça.

a verdade é que não há certezas absolutas. só um mar de dúvidas, sombras que abafam a serotonina, muita lucidez, e uma clareza metódica e a prazo. não é o discurso mas a praxis do método, que produz resultados.
não entendo a falta de remorso, não aceito a falta de responsabilidade. quase tudo é perdoável se houver sentido de decência. coragem de mirar o espelho. colocarmo-nos no lugar do outro - gente de bem, que erra.

nunca gostei de centros comerciais. agora é praticamente impossível imergir num desses espaços, sem que um ataque de pânico me atinja escassos minutos depois de entrar. o peito sufoca, o calor transforma-se num suor avassalador, a cabeça despega-se, treme-se sem compaixão, a desorientação é exaustiva. para sair dali tenho de amparar-me a fim de não cair. só lá entro com razões funcionais. ali, outra vez, o velho método salva-me: gasto os cinco ou dez minutos estritamente necessários numa espiral de mal-estar para resolver uma situação específica.


já em pleno bairro, apinhado, sujo e barulhento, não perco o norte. conheço cada rua e cada bar sem perdição. as pessoas não me sufocam embora entupam as ruas. o meu lado judio sobrevém cada sexta-feira, em excessos que antecedem o dia santo. e tenho tanta tralha para arrumar, devia começar quanto antes...
o tempo não é elástico, é titanium.

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