sexta-feira

final (18)

um dia, dou-me conta da repetição dos pensamentos: penso em ti quando acordo, penso em ti quando me deito. penso como fui infinitamente feliz. e aí páro de pensar ou, pelo menos, tento.não consigo deslindar o nó que se deu, quando se deu, como se deu. o porquê, raramente me interessa. precisava perceber como foi viver uma contradição permanente.depois, descansava desta tortura mental, anuladas que estão as sensações. 'não queiras perceber o que não te explicam' violentou-me sempre a natureza do ser. nunca me conformo.

é certo que ganhei outra consciência. mas isso são contas que não te conto. o mundo lá fora prega-nos partidas e um dia destes dei comigo no terraço de onde costumava falar-te a dar um murro no ar: yes! há telefonemas que nos despegam do fundo e nos fazem sentir desejadas como esquecera ser possível. pode ser uma coisa trivial, mas a vida é o que fazemos dela, a cada momento. e, sim, se for preciso correr riscos, voltarei a corre-los, bem medidos, bem arriscados, com proveito garantido.

continuo a não acreditar no euromilhões, mas acredito na pessoa que sou e disponho dela sem subterfúgios. não perdi a esperança de ter uma casa com lareira e vista para a foz, nem de fazer a viagem às maurícias. um passo atrás do outro, nas contas do presente. irei fazer a road trip que sempre sonhei mais cedo do que esperava... um dia destes, com uma pontinha de sorte, posso até ir viver para barcelona, nova iorque, who knows?
conjugo cidadania sem epifania e versejo cumplicidade com amizade.
sei que todos os caminhos bifurcam. não me encolho, escolho.

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